Investimento em infraestrutura exige confiabilidade

Em palestra na reunião de diretoria da CNI, o ministro da Secretaria de Governo destacou o papel do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e afirmou que restauração da Transamazônica será priorizada

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Infraestrutura exige confiabilidade – O sucesso de leilões recentes realizados no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal pode ser atribuído à confiabilidade de que os projetos poderão ser executados pela iniciativa privada. Em visita à reunião de diretoria da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o ministro da Secretaria de Governo, general Carlos Alberto Santos Cruz, destacou que o programa que faz a gestão das concessões de projetos de infraestrutura é um ponto positivo no ambiente de negócios brasileiro.

O PPI

“O PPI, que vem do governo anterior, foi aproveitado porque é bom. O programa foi bem feito, bem montado e a equipe técnica é de muito boa qualidade”, disse o general para a plateia formada por dirigentes e técnicos do Sistema Indústria. “A continuidade do programa se baseia em alguns princípios. Um deles é a confiabilidade. Ninguém vai arriscar seu dinheiro em um ambiente inseguro.”

O presidente da CNI, Robson Braga de Andrade, disse que a entidade está empenhada na atração de investidores ao país e reforçou a importância do aumento da participação da iniciativa privada na gestão e na ampliação da infraestrutura do país. Nos últimos anos, por exemplo, a CNI apoiou o fim da participação obrigatória nos leilões do pré-sal, fundamental para a retomada dos investimentos no setor de óleo e gás. “Temos o objetivo de ajudar o Brasil a ter mais investidores. Está no nosso DNA e temos grande interesse em contribuir com o Brasil e em ajudar o PPI”, afirmou.

Novos leilões

O PPI é um dos programas estratégicos sob a gestão da Secretaria de Governo. Segundo o general, uma carteira de 147 projetos já qualificados, totalizando mais de R$ 250 bilhões em investimentos. Segundo ele, há outros 101 em análise, passando pelo processo de “trato técnico”, como colocou o ministro. “Esses projetos têm de ser limpos de qualquer impedimento. Temos de fazer o leilão completamente limpo para as empresas já começaram a trabalhar”, disse.

Sobre os problemas e desafios para modernizar de infraestrutura existente, Santos Cruz ouviu comentários sobre os gargalos trazidos ao setor produtivo na região Norte. As observações foram feitas, principalmente, sobre as deficiências da BR-163 – também conhecida como Cuiabá-Santarém –, e a BR-230, a Transamazônica, que liga o Nordeste ao Amazonas. O general afirmou que o Ministério da Infraestrutura tem planos de restaurar o mais breve possível esta última rodovia.

Qualificação profissional

O general também destacou a importância da qualificação profissional como caminho para o Brasil recuperar competitividade. Nesse sentido, destacou o papel do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)na formação do trabalhador e a importância do conhecimento técnico para o mundo profissional. Santos Cruz falou em parcerias com o Sistema Indústria para aprimorar a qualidade da força de trabalho. “Não é o Ministério da Educação que vai resolver o problema da formação sozinho. O capital humano é fundamental e as confederações (empresariais) têm papel de extrema importância para a mão de obra ter mais qualificação”, disse.

O presidente da CNI, por sua vez, discorreu sobre a qualidade da formação técnica do SENAI, apresentando resultados das equipes brasileiras na WorldSkills, a maior competição de profissões técnicas do mundo. Nas últimas edições, em 2015 e 2017, o Brasil ficou em primeiro e em segundo lugar, respectivamente. “Pode ter certeza que o SENAI é melhor hoje do que aquele que o sr. conheceu, tendo hoje as mais modernas tecnologias em formação e inovação”, destacou.