Dólar sobe 1%
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar fechou com alta de 1 por cento nesta segunda-feira e perto dos 3,30 reais, com os investidores cautelosos um dia antes de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começar o julgamento da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer e que pode culminar na saída do presidente.
Os temores eram de que, com a crise política, o andamento das reformas, sobretudo a da Previdência, no Congresso Nacional seja ainda mais afetado.
O dólar avançou 1,03 por cento, a 3,2881 reais na venda, maior nível desde 18 de maio (3,3890 reais), primeiro dia de reação dos mercados financeiros à atual crise política.
Na máxima da sessão
Na máxima da sessão, a moeda norte-americana marcou 3,2961 reais. O dólar futuro tinha alta de cerca de 1,25 por cento no final da tarde.
“Para o mercado, pode ser mais um sinal de que a votação das reformas será mais difícil e podemos entrar num período agonizante”, afirmou o diretor da corretora Mirae Asset, Pablo Spyer.
Fatos políticos, que podem ser cruciais ao governo
Esta semana também está marcada por importantes fatos políticos, que podem ser cruciais ao governo. Os temores eram de que, com a crise política, o andamento das reformas, sobretudo a da Previdência, seja ainda mais afetado.
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) começa, na noite de terça-feira, o julgamento da chapa Dilma Rousseff-Temer, vencedora das eleições de 2014, que pode culminar com a saída do presidente.
Outro foco de incerteza
Outro foco de incerteza para o mercado era a prisão do ex-deputado e ex-assessor especial de Temer, Rodrigo Rocha Loures, com a possibilidade de nova delação que prejudique mais o presidente.
Temer está sendo investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes, entre outros, de corrupção passiva após delações de executivos do grupo J&F, que também atingiram Loures.
No dia seguinte, está marcada ainda a votação da reforma trabalhista na Comissão de Assuntos Econômicos (Cae) no Senado.
O ambiente para a tomada de risco não é dos mais favoráveis
“O ambiente para a tomada de risco não é dos mais favoráveis”, trouxe a corretora Guide em relatório, citando ainda o cenário externo.
Lá fora, o dólar se recuperava nesta sessão das mínimas de sete meses atingida na semana passada, avançando contra o euro e uma cesta de moedas, mas ainda exposto a qualquer otimismo renovado em relação à reunião de política monetária do Banco Central Europeu (BCE) nesta semana. Também estavam de olho na eleição parlamentar no Reino Unido, nesta quinta-feira.
O Banco Central brasileiro não anunciou intervenção no mercado de câmbio para esta sessão. Em julho, vencem 6,939 bilhões de dólares em swap cambial tradicional, equivalente à venda futura de dólares.