Segundo projeções de consultorias internacionais, o mercado global de lubrificantes deverá expandir entre 1,5 e 2% ao ano, até 2019, embora os mercados mais maduros devam permanecer estáveis, pois crescerá a disponibilidade de produtos de melhor qualidade, com maiores intervalos entre as trocas, restringido o crescimento do consumo. São esperados aumentos mais rápidos na região da Ásia-Pacífico.
Também é esperado ganhos de volume em regiões como a América do Sul e Central, África e Oriente Médio. Segundo a analista da Freedonia, Emily Park, nos Estados Unidos, a demanda por lubrificantes deve crescer muito modestamente até 2019, expandindo 2% ao ano, para 45,4 milhões de toneladas métricas em 2019 após um crescimento saudável no período 2009-2014, quando a produção industrial e as condições econômicas gerais recuperaram-se da Grande Recessão, “O crescimento econômico em curso será compensado pelo uso de lubrificantes de alta qualidade, que são eficazes sob uma ampla gama de condições e necessitam de intervalos de troca mais longos”, disse Park.
Já na Europa Ocidental, a demanda vai diminuir marginalmente até 2019, continuando uma tendência de uma década, resultante do uso de lubrificantes que não necessitam de ser substituídos com tanta frequência.
“Em muitos países em desenvolvimento, entretanto, a modernização na Economia e no setor de fabricação apoiará uma maior utilização de lubrificantes com melhor qualidade, no entanto, nos países onde as normas ambientais são inexistente ou são mal aplicadas, a transição para lubrificantes de qualidade superior irá ocorrer a um ritmo mais lento, pois os usuários podem não ter os incentivos para mudar para produtos mais caros com menores impactos ambientais. Além disso, os usuários nesses países são frequentemente mais sensíveis a preço, e para muitos usuários os benefícios potenciais de lubrificantes de alto valor não compensam os custos adicionais”, afirmou Park Freedonia espera que os óleos de processo sejam a categoria de produto de mais rápido crescimento daqui para frente, apoiada por ganhos na produção industrial, particularmente na Ásia-Pacífico e outras regiões industrializadas. Park notou que essa crescente demanda virá, principalmente, do crescimento global nos setores de manufatura, que utilizam óleos de processo como isolantes, diluentes, plastificantes, extensores, agentes desmoldantes e agentes antiespumantes. A demanda por fluidos hidráulicos, fluidos de usinagem e outros lubrificantes será impactada positivamente pela melhoria das condições econômicas e do aumento da produção industrial, nas regiões em desenvolvimento, embora os ganhos serão mais limitados do que os de óleos de processo.
Fluidos de base biológica hidráulicos e para usinagem devem exibir ganhos interessantes, porque podem ser usados para atender regulamentos ambientais e de segurança. “Muitos desses países desenvolvidos impõem normas rígidas sobre o uso e descarte de lubrificantes, que irão impulsionar a procura por lubrificantes não convencionais, tais como lubrificantes de base biológica e lubrificantes com óleo básico rerrefinado”, disse Park em um comunicado à imprensa.
Outras consultorias já não são tão otimistas. Por exemplo, Kline & Co. projeta um crescimento da demanda mundial de lubrificantes – incluindo o óleo de processo e óleo de motor marítimo – de cerca de 1,5 por cento ao ano, a partir de pouco mais de 39 milhões de toneladas em 2014 para 42 milhões de toneladas até 2019. A Kline acredita que a migração global contínua para viscosidades de graus mais baixos para óleo de motor resultará em uma maior penetração de produtos sintéticos e semissintéticos, trazendo maiores receitas e, inversamente, maiores intervalos de troca de óleo e menor crescimento da demanda. A Consultora Geeta S. Agashe, presidente da Geeta Agashe & Associates LLC, estima uma demanda mundial de lubrificantes acabados em cerca de 40 milhões de toneladas em 2014.
“Para a previsão global, nós sentimos que a demanda será estagnada”, disse Agashe. “O Produto Interno Bruto mundial só está previsto crescer emtre 2 e 3 por cento, dependendo da agência de previsão.” Apesar de reconhecer que há mais mecanização, industrialização e crescimento em número de veículos, ela lembra que os motores de hoje são significativamente mais eficientes, com lubrificantes de melhor qualidade sendo utilizados – sintéticos e misturas sintéticas – e há uma melhor manutenção e limpeza.
Ao mesmo tempo, lembra Agashe, Europa e América do Norte estão encolhendo seu apetite para lubrificantes. “A América do Sul, bem como o Brasil, o maior consumidor de lubrificação, está enfrentando turbulência econômica significativa, e a indústria de lubrificante tem sido impactada negativamente”, disse ela. “A África Subsaariana tem sido impactada pela desaceleração das economias nigerianas e sul africana. Europa Oriental, onde os grande consumidores são Rússia e Ucrânia foi muito negativamente impactada também. ” Agashe observou que, enquanto isso, a demanda de lubrificantes na China e Índia, bem como sudeste da Ásia, que foram motores de crescimento no passado para a indústria global de lubrificantes está ainda crescendo, porém a um ritmo muito mais lento do que antes.
36,100 | 41,100 | 45,400 | 2.6 | 2.0 | |
América de Norte | 8,780 | 9,850 | 10,140 | 2.3 | 0.6 |
Europa Ocidental | 4,980 | 4,880 | 4,860 | -0.4 | -0.1 |
Ásia-Pacifico | 13,480 | 16,540 | 19,450 | 4.2 | 3.3 |
América do Sul e Central | 2,040 | 2,320 | 2,620 | 2.6 | 2.5 |
Europa Oriental | 3,500 | 3,750 | 4,070 | 1.4 | 1.7 |
África/Oriente Médio | 3,320 | 3,760 | 4,260 | 2.5 | 2.5 |
Fonte: The Freedonia Group Inc. |