Marcos Thadeu Lobo
Engenheiro Mecânico Graduado Pela Universidade Estadual De Campinas ( Unicamp ) em 1985. Ingressou na Petrobras Distribuidora S/A em 1986 como profissional de Suporte Técnico em Produtos. E atualmente exerce a função de Consultor Técnico Sênior.
Demulsibilidade pode ser definida como a habilidade de um óleo lubrificante em liberar a água. Esta propriedade é de extrema importância quando o equipamento estiver operando em climas úmidos ou em plantas industriais com processos que exigem muita utilização de água tais como a indústria de produção de papel e celulose, a indústria da laminação do aço, indústrias alimentícias etc.
Por possuírem algum grau de higroscopicidade, ou seja, capacidade de absorver água, pareceria natural que a água ficasse retida na massa de alguns tipos de óleo lubrificante aditivado. A água que contamina os óleos lubrificantes pode ser proveniente da atmosfera que penetra nos equipamentos, através dos respiradouros, quando da contração e expansão do volume com a temperatura, oriunda dos jatos de água das mangueiras dos operadores de máquinas etc e deve ser removida. Porém, em face da demulsibilidade natural dos óleos básicos, e por ser mais densa que a grande maioria dos óleos lubrificantes, a tendência da água é se depositar nos fundos dos reservatórios e cárteres, que se forem grandes o bastante e o fluxo for lento o suficiente, permitirão que a água seja removida por drenagem.
Quando a demulsibilidade diminui, os óleos lubrificantes, em geral, passam a ficar turvos ou a formar espuma e pode haver rápido desgaste das peças em movimento. Se o equipamento operar em ambiente seco ou de umidade controlada a demulsibilidade não será propriedade relevante a ser monitorada. Porém, se o ambiente for úmido ou houver probabilidade de contaminação do óleo lubrificante com água (ex. turbinas a vapor) é fundamental que se monitore a demulsibilidade dos óleos lubrificantes.
A importância da demulsibilidade
Havendo disponibilidade de tempo, poderá ser enviada amostra de óleo lubrificante ao laboratório de análise de óleos lubrificantes para a realização de ensaios específicos para avaliação da demulsibilidade, tais como o ASTM D 1401-02 ou DIN ISO 6614:2003.
Rápido e prático teste de campo, do tipo passa/não passa, pode ser realizado aquecendo-se água limpa e óleo lubrificante novo à temperatura de 38 C ou o mais próximo possível da temperatura de operação do óleo lubrificante no equipamento. Deve-se misturar completamente partes iguais (ex. 0,5 litro) de água e óleo lubrificante novo em um liquidificador e medir-se o tempo que as partes levam para se separar. Deve-se medir, também, o volume da mistura que não se separa (a emulsão é popularmente denominada “punho de camisa”). O procedimento deve ser repetido com o óleo lubrificante a ser analisado (envelhecido).
Se o tempo de separação entre água e óleo lubrificante e o volume de emulsão, comparando-se o óleo lubrificante usado (envelhecido) e o óleo lubrificante novo, for maior que 20% considere a possibilidade de se efetuar análise em laboratório especializado segundo os métodos ASTM D 1401-02 ou DIN ISO 6614:2003. Se o laudo de análise indicar que a demulsibilidade se mostrou diminuída, então será interessante estudar-se como lidar com o problema, particularmente, se o equipamento operar em ambiente úmido.