Testando líquidos de arrefecimento em motores a combustão

898
Marcos Thadeu Giacomini Lobo

Marcos Thadeu Lobo

Engenheiro Mecânico Graduado Pela Universidade Estadual De Campinas ( Unicamp ) em 1985. Ingressou na Petrobras Distribuidora S/A em 1986 como profissional de Suporte Técnico em Produtos. E atualmente exerce a função de Consultor Técnico Sênior.

O sistema com líquidos de arrefecimento de um motor de combustão interna Ciclo Diesel/Ciclo Otto 4T é crítico por impactar a eficiência global e vários parâmetros de operação dos demais componentes do equipamento móvel.

liquido-de-arrefecimento-1liquido-de-arrefecimento-2

Figuras 1/2 – O correto funcionamento do sistema de arrefecimento é fundamental para a boa operação de motores de combustão interna Ciclo Diesel/Ciclo Otto

O sistema de arrefecimento não serve, apenas, para refrigerar o motor de combustão interna Ciclo Diesel/Ciclo Otto 4T servindo, também, para arrefecer sistemas de transmissão automática e em sistemas de calefação de interiores de equipamentos móveis durante o inverno.

liquido-de-arrefecimento-3liquido-de-arrefecimento-4

 

Figuras 3/4 – O sistema de arrefecimento é utilizado no arrefecimento de transmissões automáticas e na calefação de interiores de equipamentos móveis

Quando nos referimos aos líquidos para sistemas de arrefecimento (coolants) muitos dos princípios que se aplicam aos óleos lubrificantes são aplicados, também,  a eles. Para que possamos obter o melhor em termos de desempenho dos líquidos para sistemas de arrefecimento eles devem passar por cuidados periódicos e ter as suas propriedades físico-químicas monitoradas. Análises típicas de líquidos para sistemas de arrefecimento (coolants) devem avaliar contaminantes externos, conteúdo de água e metais que poderiam indicar  sinais de desgaste em radiadores, bombas d’água, camisas etc.

Muitos laboratórios que efetuam análise de óleos lubrificantes efetuam, também,  análises de  líquidos para sistemas de arrefecimento ( coolants ). Os testes mais usuais monitoram o pH e os níveis da aditivação. Da mesma forma que para óleos lubrificantes, a intenção de se monitorar propriedades físico-químicas é verificar-se a condição do produto em uso  bem como o estado geral do sistema de arrefecimento.

líquidos de arrefecimentoliquido-de-arrefecimento-6Figuras 5/6 – Ensaios de pH e cloretos

A presença de cloretos em líquidos para sistemas de arrefecimento ( coolants ) podem levar à corrosão das superfícies metálicas. Porém, não é trivial estabelecer-se valores máximos de cloretos para todos os tipos de líquidos para sistemas de arrefecimento ( coolants ) visto que estes níveis  variam conforme o tipo de produto utilizado e a condição de operação do sistema de arrefecimento.

Monitorar-se  a  condição  da  aditivação  dos líquidos para sistemas da arrefecimento ( coolants ) é de suma importância visto que os aditivos incrementam determinadas propriedades destes produtos elevando-se, por exemplo, sua natureza anti-corrosiva. Alguns dos  aditivos  presentes  nos  líquidos para  sistemas  de       arrefecimento ( coolants ) ficam firmemente aderidos às superfícies metálicas existentes, formando um filme protetivo que reduz o ataque corrosivo devido à água ou a compostos ácidos formados. Como qualquer óleo lubrificante, a manutenção do nível de aditivação é determinante em se garantir o desempenho máximo dos líquidos  ( coolants ) e do sistema de arrefecimento como um todo.

liquido-de-arrefecimento-7Figura 7 – O desgaste corrosivo libera microscópicas partículas metálicas que podem causar desgaste abrasivo

Existem muitas variáveis a ser consideradas quando da análise de líquidos para sistemas de arrefecimento (coolants). O estabelecimento de tendências deve ser utilizado conjuntamente com o uso de limites de alerta utilizados nas análises-padrão. As amostras devem ser tomadas rotineiramente, de maneira padronizada e de forma representativa de maneira a se garantir que os resultados das análises apontem tendências e os laudos possam ser úteis na criação de um plano de ação.

 

 

 

Outros artigos do Autor

Qual o óleo certo para diferenciais autoblocantes ou “limited slip”?

Marcos Thadeu Lobo Engenheiro Mecânico Graduado pela Universidade Estadual de Campinas ( Unicamp ). Exerce, atualmente, a função de Consultor Associado na empresa QU4TTUOR CONSULTORIA. Diferenciais...

Vantagens e cuidados no uso de contentores portáteis para lubrificantes

Marcos Thadeu Lobo Engenheiro Mecânico Graduado pela Universidade Estadual de Campinas ( Unicamp ). Exerce, atualmente, a função de Consultor Associado na empresa QU4TTUOR CONSULTORIA. Contentores...

Graxa para mancais de rolamento, como escolher?

Marcos Thadeu Lobo Engenheiro Mecânico Graduado pela Universidade Estadual de Campinas ( Unicamp ). Exerce, atualmente, a função de Consultor Associado na empresa QU4TTUOR CONSULTORIA. Graxa...

Guia de interpretação de análises em lubrificantes para motores diesel

Marcos Thadeu Lobo Engenheiro Mecânico Graduado pela Universidade Estadual de Campinas ( Unicamp ). Exerce, atualmente, a função de Consultor Associado na empresa QU4TTUOR CONSULTORIA. Interpretação...

Que lubrificante usar para um compressor de ar recíproco?

Marcos Thadeu Lobo Engenheiro Mecânico Graduado pela Universidade Estadual de Campinas ( Unicamp ). Exerce, atualmente, a função de Consultor Associado na empresa QU4TTUOR CONSULTORIA. Lubrificação...