Demanda por veículos conectados
Demanda por veículos conectados – A chegada do 5G ao Brasil vai revolucionar a mobilidade, com fábricas e carros cada vez mais conectados e inteligentes, o que traz diversas oportunidades para novos modelos de negócios, mas ainda enfrenta barreiras. Essa é a visão de executivos da TIM e da Sascar que participaram de painel sobre a quinta geração da banda larga de celular, no #ABX22 – Automotive Business Experience, no comeeço de setembro.
“Com base na área de negócios da Sascar, a gente vê crescimento anual consistente de dois dígitos até 2025 na demanda por veículos conectados, não só carros de passeio, mas ônibus e caminhões pesados”, afirmou o gerente de marketing, Diogo Barone. “Isso porque a conectividade permite obter dados para entender o comportamento de direção do motorista e como isso impacta no controle de combustível, controle de custo, prevenção de acidentes e prevenção de situações de risco.”
5G e os carros autônomos
Uma das grandes promessas da nova mobilidade, os carros totalmente autônomos andando nas ruas podem ser realidade com o 5G, divido a sua altíssima velocidade e confiabilidade.
A quinta geração da banda larga móvel tem velocidade de 10 a 20 GB/s, muito mais rápida do que o 4G, de 1 GB/s. Com isso, o tempo de resposta do 5G é imediato, apenas 1 milisegundo de latência, o que permite desenvolver sistemas conectados, como piloto automático, cada vez mais inteligentes e ágeis. Entenda aqui a diferença entre as tecnologias.
Para o diretor de desenvolvimento de mercado IoT & 5G da TIM, Alexandre Dal Forno, o 5G também vai baratear as tecnologias autônomas. “Hoje praticamente todo o processamento está dentro do carro autônomo. O 5G permite levar a arquitetura para a nuvem mais perto do carro, por isso tem a baixa latência, e o processamento não precisa ser feito 100% no veículo, com exceção de situação de emergência que precisam de resposta imediata.”
Fábricas conectadas
Para Dal Forno, “a grande disrupção do 5G está no B2B (negócios entre empresas), tanto nas aplicações para a rede pública, como redes privadas para automatizar chão de fábrica da indústria.”
O executivo contou que um projeto-piloto da TIM com a Stellantins, na planta da montadora em Goiânia, utilizou o vídeo analytics e ad computing (com imagens em 8k) para verificar se a adesivação final estava correta com o carro que deveria sair.
“Deu muito certo, foi muito interessante porque a câmera de alta resolução permite substituir vários censores, você consegue identificar bem os objetos e as pessoas. Uma câmera de 8k numa indústria pode mostrar se o funcionário está usando o EPI (Equipamento de Proteção Indivudal) correto, por exemplo”, disse Dal Forno.
5G no Brasil
A conexão chegou no país em julho, em Brasília, e está ativa em 15 capitais: Belo Horizonte, João Pessoa, Porto Alegre, São Paulo, Curitiba, Salvador, Goiânia, Rio de Janeiro, Palmas, Vitória, Florianópolis, Recife, Fortaleza e Natal.
Nos próximos anos, será expandida para as demais cidades e municípios, mas isso não será fácil. Segundo a Associação Brasileira de Infraestrutura para as Telecomunicações (Abrintel), até abril, apenas 1% dos 5.568 municípios brasileiros estão aptos para instalação de antenas transmissão do 5G.
“Tivemos vários desafios pós-leilão, como os satélites, mas em todas as cidades que foi liberado, já liberamos para as pessoas usarem. Em São Paulo está 100% ativado, com, pelo menos uma torre por bairro”, afirmou o executivo da TIM.