A maioria dos equipamentos móveis utiliza um indicador visual, que pode ser lâmpada de advertência ou manômetro montados no painel de instrumentos, que alertará o condutor quando ocorrer queda de pressão de óleo lubrificante em circuito de lubrificação de motores de combustão interna 4T ( Ciclo Otto/Ciclo Diesel ).
Figuras 1/2 – Indicadores visuais de pressão de óleo lubrificante
Em geral, as suspeitas sobre a queda de pressão de óleo lubrificante em motores de combustão interna 4T ( Ciclo Otto/Ciclo Diesel ) recaem sobre o óleo lubrificante. Há, no entanto, vários fatores de origem mecânica que podem ser os causadores da queda de pressão de óleo lubrificante no circuito de lubrificação e de avarias catastróficas ou não em motores de combustão interna 4T ( Ciclo Otto/Ciclo Diesel ). Vamos, então, analisar algumas causas usuais de queda de pressão de óleo lubrificante em circuito de lubrificação de motores de combustão interna 4T ( Ciclo Otto/Ciclo Diesel ).
Figuras 3/4 – Indisponibilidade: “o pior dos mundos” para o usuário
1. CAUSA
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CONSEQUÊNCIAS |
AÇÃO A SER TOMADA
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– Baixo nível de óleo lubrificante |
– Falha catastrófica se houver funcionamento do motor por longo tempo. |
– Completar o nível de óleo;
-Verificar se há vazamentos. |
Figuras 5/6 – Baixo nível de óleo lubrificante |
2. CAUSA |
CONSEQUÊNCIAS |
AÇÃO A SER TOMADA |
– filtro de óleo lubrificante com obstrução total ou parcial |
– Provável abertura permanente da válvula de by-pass do filtro de óleo lubrificante e falha catastrófica do motor de combustão interna 4t em curto prazo |
– Substituição do filtro de óleo lubrificante na periodicidade e condição de serviço recomendada pelo fabricante do motor de combustão interna 4t |
Figuras 7/8 – Filtro de óleo lubrificante e filtro de tela do pescador obstruídos |
3. CAUSA
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CONSEQUÊNCIAS |
AÇÃO A SER TOMADA
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– A bomba de óleo lubrificante não consegue succionar o óleo em época de temperaturas muito baixas. |
– Falha catastrófica do motor se o problema não for corrigido em tempo e o funcionamento nesta condição for prolongado |
– Desligar o motor e substituir o óleo por produto multiviscoso com grau SAE de viscosidade apropriado para a temperatura da época. |
Figuras 9/10 – Uso de óleo lubrificante com Ponto de Fluidez adequado |
4. CAUSA
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CONSEQUÊNCIAS |
AÇÃO A SER TOMADA
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– Bomba de óleo lubrificante com vazão insuficiente, em função de desgaste e folgas excessivas entre os dentes ou entre as engrenagens e a carcaça. |
– Redução na vida útil do motor |
– Elevar, se possível, a rotação de operação da bomba de óleo;
– Revisar a bomba de óleo visando eliminar folgas;
– Substituir a bomba de óleo. |
Figuras 11/12 – Bomba de óleo lubrificante avariada |
5. CAUSA |
CONSEQUÊNCIAS |
AÇÃO A SER TOMADA |
– A válvula de by-pass do filtro de óleo encontra-se travada na posição “aberta” pela formação de depósitos carbonosos. |
– Redução na vida útil do motor. |
– Redução na periodicidade de troca do óleo;
– Utilizar óleo com nível de desempenho mais elevado (API, ACEA) |
Figura 13 – Válvula by-pass do filtro de óleo lubrificante em posição “aberta” |
6. CAUSA
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CONSEQUÊNCIAS |
AÇÃO A SER TOMADA
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– Mola da válvula reguladora de pressão do circuito de lubrificação ou da bomba de óleo lubrificante rompida ou distendida. |
– Redução na vida útil do motor. |
– Substituição da mola avariada |
Figuras 14/15 – Mola da válvula reguladora de pressão distendida |
7. CAUSA
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CONSEQUÊNCIAS |
AÇÃO A SER TOMADA
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– Casquilhos com desgaste (o óleo lubrificante flui sem restrições, através das folgas excessivas e retorna ao cárter |
– Aumento no desgaste dos componentes móveis do motor. |
– Substituir os casquilhos se a pressão do óleo lubrificante estiver abaixo da mínima recomendada pelo fabricante do motor. |
Figuras 16/17 – Casquilhos com excessivos desgaste e folgas |
8. CAUSA
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CONSEQUÊNCIAS |
AÇÃO A SER TOMADA
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– Óleo lubrificante contaminado com combustível: diminuição da Viscosidade e elevação do nível de óleo no cárter |
– Elevação no consumo do óleo;
– Aumento no desgaste dos componentes móveis do motor;
- Falha catastrófica do motor se a causa da diluição não for corrigida em tempo;
– Espessamento do óleo por polimerização. |
– Evitar operação excessiva do motor em marcha lenta;
– Verificar estado de manutenção e operação do sistema de injeção de combustível ou de carburação
– Efetuar a substituição do óleo lubrificante diluído.
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Figuras 18/19 – Verificar estado de manutenção e operação do sistema de injeção: proceder à troca do óleo lubrificante quando diluído por combustível. |
9. CAUSA
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CONSEQUÊNCIAS |
AÇÃO A SER TOMADA
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– Excessiva periodicidade de troca do óleo lubrificante. |
– Elevação da viscosidade devido à contaminação do óleo por fuligem (soot) e por resíduos da oxidação;
– Aumento do desgaste dos componentes móveis do motor. |
– Reduzir a periodicidade de troca do óleo, adotando a recomendação do fabricante do motor. |
Figuras 20/21 – Espessamento do óleo lubrificante: excessiva periodicidade de troca. |
10. CAUSA
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CONSEQUÊNCIAS |
AÇÃO A SER TOMADA
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– Temperatura de operação do óleo lubrificante excessivamente elevada. |
– Diminuição da viscosidade do óleo provocada pela temperatura e formação de depósitos no motor;
– Aumento no desgaste dos componentes móveis do motor. |
– Verificar o estado de operação e manutenção da válvula termostática e dos demais componentes do Sistema de arrefecimento do motor.
– Verificar manutenção dos filtros de ar. |
Figuras 22/23 – Espessamento de óleo lubrificante: elevada temperatura de operação. |
Em face dos motivos, anteriormente expostos, podemos dizer que nem sempre o óleo lubrificante é a causa da queda de pressão no circuito de lubrificação em motores de combustão interna 4T ( Ciclo Otto/Ciclo Diesel ). Porém, o ideal é que sejam utilizados óleos lubrificantes com níveis de desempenho e graus de viscosidade adequados ( ex. API SN; SAE 5W-30 – Ciclo Otto 4T ou API CK-4; SAE 10W-30 – Ciclo Diesel 4T ) e segundo as recomendações dos OEMs.
Figuras 24/25 – Donuts com nível de desempenho API e grau de viscosidade SAE
É importante frisar que sempre que a API e a ACEA desenvolvem e disponibilizam novos níveis de desempenho, os mais recentes substituem com vantagens os anteriores (ex. maior resistência termo-oxidativa; melhores detergência e dispersância etc.). Em face disto, é recomendável utilizar-se níveis de desempenho API e ACEA atualizados com vistas à obtenção de confiabilidade e disponibilidade em motores de combustão interna 4T ( Ciclo Otto/Ciclo Diesel ). O uso de óleos lubrificantes adequados constitui-se prática imprescindível em evitar-se avarias catastróficas e indisponibilidade de equipamentos móveis.
Figuras 26/27 – Muita atenção com a pressão do óleo lubrificante