A importância do estudo da causa-raiz na análise de falhas

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Análise de falhasAnálise de falhas

Desgaste anormal em equipamentos móveis e industriais não pode ser assemelhado a uma erupção cutânea que tende a desaparecer com o passar do tempo, sendo mais lógico assemelhá-lo a uma doença grave em estágio inicial que requer intervenção e tratamento. A análise de óleos lubrificantes em uso tem excelente potencial de auxiliar na detecção de condições anormais de manutenção, auxiliando na identificação da causa-raiz do problema (ex.: óleo lubrificante contaminado por material particulado sólido abrasivo) e podendo ser utilizado, também, como instrumento de manutenção preditiva ou pró-ativa (ex. falha ativa em progresso).

Análise de falhasA análise da causa-raiz de uma falha, catastrófica ou não, é “post-mortem”. Começa com a falha e retroage em busca de um ou mais tipos de causa-raiz. O conhecimento adquirido produzirá um plano de mudanças necessárias que impedirão ou, ao menos, retardarão a recorrência de falhas similares. Falhas são, deveras, um ensinamento estratégico de melhores maneiras de se projetar, produzir e manter maquinários móveis ou industriais.

A intenção, ao se monitorar a condição de equipamentos móveis e industriais, através de técnicas de manutenção preditiva como, por exemplo, análise de óleo lubrificante em uso ou análise de vibrações é a de possibilitar às equipes de manutenção formas de se “predizer o futuro”. Dados serão produzidos e apontarão a existência de problemas e o grau de seriedade. Porém, ação é necessária para se confirmar a existência dos problemas, determinar e verificar a causa-raiz desses problemas e, finalmente, solucionar o problema. Lamentavelmente, porém, esta é a situação em que falha a maioria dos programas de análise de óleo em uso, sendo a culpa dividida entre usuários e laboratórios.

A análise do óleo lubrificante em uso não pode reparar o maquinário que falhou visto esta ser tarefa para os técnicos de manutenção. A finalidade da análise do óleo lubrificante em uso é prover alertas (advertência e crítico) e ocorrência de pré-falhas. Caso a causa-raiz da falha seja detectada (ex. óleo lubrificante inadequado; presença de material particulado sólido abrasivo e umidade no óleo lubrificante) é possível que estas condições não-conformes sejam corrigidas em curto prazo através do que chamamos de manutenção pró-ativa.

 

Aproximadamente 10% a 20% das amostras recebidas por laboratórios de análise de óleos lubrificantes em uso apresentam algum tipo de condição não-conforme, sendo a vasta maioria destas não-conformidades de natureza preditiva ou pró-ativa como, por exemplo, desgaste anormal. Contudo, a origem da iminente falha (ex. mancal de rolamento específico) e a sua causa-raiz permanecerão indefinidas tanto para o analista do laboratório como para o usuário do maquinário. Análises rotineiras de óleos lubrificantes para efeito de manutenção preditiva ou pró-ativa são eficientes displays para exposição de condições anormais na operação e manutenção de ativos móveis e industriais, mas deixam muito a desejar quando empregadas isoladamente na análise de falhas e resolução de problemas.

Atualmente, as análises laboratoriais de óleo lubrificante em uso realizadas por muitos usuários servem, apenas, para geração de dados. Os analistas de laboratório avaliam dezenas de amostras a cada dia e é perfeitamente compreensível que tenham tempo limitado para se dedicar de forma eficaz à prevenção e resolução de problemas nos maquinários referentes a cada amostra recebida. É compreensível, também, que os analistas laboratoriais não tenham informações detalhadas sobre todos os aspectos envolvidos em sistemas de lubrificação dos equipamentos, da tribologia de componentes móveis específicos, dos modos de falha ocorridos e do projeto das máquinas relacionado às amostras de óleo lubrificante recebidas. É perfeitamente entendível, também, que possuam familiaridade limitada com as condições de serviço a que as máquinas e lubrificantes são sujeitos.

Leia o restante do artigo na revista LUBES EM FOCO – edição 81, apresentada abaixo:


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