Piloto automático em estradas
O governo do Reino Unido está analisando a legalização da direção “sem as mãos” em veículos que trafegam por rodovias. Ministra do Futuro do Transporte e Descarbonização acredita que veículos com automação em nível 2 — capazes de acelerar, frear, manter-se em faixas e observar o tráfego — podem reduzir o risco de acidentes em rodovias.
Presente em carros autônomos mais modernos, o piloto automático capaz de guiar o veículo em rodovias está sendo estudado pelo Departamento de Transporte (DfT) do Reino Unido. O sistema permite que o motorista tire a atenção da viagem por certos períodos durante o trajeto, mas ainda exige que o motorista tome a direção em certas circunstâncias.
Autorizar a utilização desse nível de automação exige que o Reino Unido repense sua legislação sobre a direção autônoma, e o DfT está considerando a possibilidade. O sistema de direção inteligente foi recentemente aprovado pela Comissão Econômica das Nações Unidas para a Europa — grupo que o Reino Unido faz parte —, autorizando a ativação dos pilotos automáticos em engarrafamentos com até 60 km/h de velocidade.
Contudo, o Reino Unido pensa em elevar essa velocidade máxima para cerca de 110 km/h, “tornando longas e tediosas viagens uma coisa do passado”, comenta a BBC. Atualmente, o DfT pretende ouvir representantes das maiores montadoras da indústria para decidir como implementar o sistema de forma segura.
A visão dos representantes
Para Rachel Maclean, ministra do Reino Unido, “a tecnologia de piloto automático poderia tornar viagens mais seguras, tranquilas e mais fáceis para os motoristas, e o Reino Unido seria o primeiro país a vivenciar esses benefícios, atraindo a atenção das montadoras para desenvolver e testar novas tecnologias”.
Além do incentivo para as fabricantes e da mudança na vida dos residentes do país, Mike Hawes, chefe executivo da Society of Motor Manufacturers and Traders, acredita que a adição de pilotos automáticos poderiam “prevenir 47 mil acidentes graves nos próximos dez anos”.
O tom otimista, no entanto, se choca com os números registrados pelo estado “pré-maturo” dos sistemas existentes. Estudos apontam que os carros autônomos não acabarão completamente com os acidentes; mas a redução desse índice dependerá do avanço tecnológico e das decisões tomadas pelos legisladores.