A Frente Parlamentar Mista de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação do Congresso Nacional discutiu a queda do Brasil de 64º para 66º no Índice Global de Inovação (IGI) na primeira reunião de trabalho desde seu lançamento, em julho deste ano. Vice-presidente da frente, o deputado federal Vitor Lippi (PSDB-SP) afirmou que o objetivo principal da iniciativa é coordenar esforços para melhorar o ambiente de inovação no país. “Não vamos inovar só com leis. E as leis podem ajudar ou atrapalhar o desenvolvimento de pesquisa e inovação, sobretudo nesse momento em que as mudanças ocorrem em ritmo acelerado Não há desenvolvimento sem pesquisa e inovação “, afirmou.
Representando a Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), movimento coordenado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), o presidente do Conselho de Administração do Grupo Ultrapar, Pedro Wongstchowski, apresentou os resultados da última edição do IGI, divulgada em junho pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI), Universidade de Cornell, dos Estados Unidos, e a escola de negócios francesa Insead. O Brasil perdeu duas posições enquanto outros países apresentaram avanços significativos, como a China na 14ª colocação, ultrapassando o Japão, e Israel aparecendo pela primeira vez entre os 10 mais inovadores do mundo.
“O Brasil não está entre os primeiros nem mesmo na América Latina, onde lideram Chile, Costa Rica e México. O resultado é incondizente com o tamanho da nossa economia. Ao mesmo tempo, se olharmos para Índia, China e Israel, percebemos o peso que a inovação tem na estratégia de crescimento desses países”, afirmou Wongstchowski. Há pelo menos três anos, o índice é liderado pela Suíça.
Ele observou que desde a primeira vez citação do Brasil no ranking, em 2011, quando estava na 47ª posição, o país involuiu. “Ao longo de sete anos, perdemos 19 posições. Isso significa que não temos feito um bom trabalho”, avaliou o empresário.
Apesar do resultado, ele lembrou da introdução de elementos importantes no ambiente de inovação brasileiro, como a criação da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), em 2013. De lá para cá, os cerca de R$ 300 milhões de recursos públicos investidos pelo modelo Embrapii atraíram quase R$ 1 bilhão em investimentos privados.
EDUCAÇÃO – Um dos fatores que puxam para baixo a nota do Brasil é a qualidade da educação. A deputada federal Ângela Amin (PP-SC), afirmou que é fundamental que a inovação permeie o ambiente escolar e acadêmico. “É frustrante ver que a educação ainda não absorveu o conceito da inovação nacionalmente. Em Santa Catarina, temos bons exemplos de como a injeção de inovação na educação, do ensino médio à academia, dá bons resultados”, ilustrou. A capital do estado, Florianópolis, é um dos principais hubs de inovação do país, sobretudo em tecnologia da informação.
O nível de investimento público brasileiro em educação é um dos mais altos do mundo. Entretanto, o volume não se traduz em resultados. “Temos todos os diagnósticos à mão. O que nos falta é estratégia e poder político para melhorar a nossa situação”, avaliou o especialista em educação e assessor parlamentar Paulo Baroni.
O QUE É A FRENTE PARLAMENTAR PELA INOVAÇÃO
A Frente Parlamentar Mista de Ciência, Tecnologia, Pesquisa e Inovação é xomposta por 207 parlamentares, sendo 165 deputados e 42 senadores, e tem como presidente o senador Izalci Lucas (PSDB-DF) e, como vice-presidente, o deputado Vitor Lippi, do mesmo partido. |