O real – entre as moedas com melhor performance
O real chegou a acumular desvalorização de cerca de 5% ante o dólar neste ano. No pior momento, em 20 de maio, a taxa de câmbio foi cotada acima de 4,12 reais por dólar, o que colocava a divisa brasileira entre as de pior desempenho no mundo.
Mas desde então o real inverteu a direção e passou para a lista das moedas com melhor performance, em valorização de 5,4% desde meados de maio.
Recuperação para o câmbio
“O diferencial de juros contra os Estados Unidos voltou a melhorar, o cenário político aqui desanuviou, e a posição técnica estava sugerindo uma recuperação para o câmbio”, afirmou o profissional da AZ Quest, gestora com cerca de 18 bilhões de reais sob seu guarda-chuva.
Zerbini evitou dizer para onde o dólar vai a partir de agora, mas considerou que, em termos relativos, a tendência é que o real supere seus pares.
Ele explica que, com a queda da Selic —hoje na mínima histórica de 6,50% ao ano—, o real deixou de ser uma moeda de “carry trade” e passou a ser mais orientada por fluxos para a economia real, como os de balança comercial, investimento direto, IPOs, M&A e privatizações.
Segundo Zerbini, com exceção da balança comercial, os demais fluxos são bastante correlacionados à confiança para se investir no país.
Cenário de aprovação da reforma da Previdência
Tendo como base cenário de aprovação da reforma da Previdência, Zerbini vê à frente uma recuperação desses fluxos, ao mesmo tempo que o diferencial de crescimento entre o Brasil e o mundo —outra variável que determina tendências para o câmbio— deve melhorar.
“Estamos com um cenário mais construtivo para Brasil. E se ele estiver correto, o país será um ‘trade’ relativo melhor que os demais emergentes. E isso pode ser benéfico para o real.”
Zerbini ressalvou que isso não significa que o dólar necessariamente cairá na comparação com a moeda brasileira. “Isso vai depender do comportamento do dólar lá fora. Mas o ponto é que o quadro doméstico agora indica que o real poderá ter uma performance melhor que as demais moedas.”
O ceticismo do estrangeiro
O ceticismo do estrangeiro em voltar a aplicar na renda fixa brasileira antes da materialização das reformas, contudo, ainda é um limitador para um desempenho melhor do câmbio. “E dado que o juro local ainda pode cair, não acredito que simplesmente o estrangeiro vai deixar de fazer ‘hedge’ de posições em Brasil via câmbio, mas que talvez essa demanda arrefeça.”
A depreciação do real se acelerou nos últimos anos à medida que o Banco Central cortou a Selic a mínimas históricas, o que reduziu o custo de carregamento de posições compradas em dólar.
Segundo analistas, essas posições dos estrangeiros —que servem como proteção a apostas em outros mercados e na B3 superam 30 bilhões de dólares— estão entre as razões para a resistência do dólar em patamares historicamente elevados.
“O estrangeiro não vai alocar em ativos antes da reforma (da Previdência”, disse o profissional da AZ Quest.
Embora o real, comparado a outras moedas, possa estar preparado para ganhos, o mesmo não ocorre quando confrontado com outros mercados locais, como o de juros.
Segundo Zerbini, a AZ Quest ainda prefere ficar aplicada em juros (apostando na queda da taxa). Para proteger parte dessa posição, os gestores da casa se mantêm comprados em dólar.
A direção do dólar não é clara no exterior
“Não está claro se o dólar lá fora é para cima ou para baixo. Mas está claro que o juro é para baixo”, explicou.
momento, em 20 de maio, a taxa de câmbio foi cotada acima de 4,12 reais por dólar, o que colocava a divisa brasileira entre as de pior desempenho no mundo.
Mas desde então o real inverteu a direção e passou para a lista das moedas com melhor performance, em valorização de 5,4% desde meados de maio.
“O diferencial de juros contra os Estados Unidos voltou a melhorar, o cenário político aqui desanuviou, e a posição técnica estava sugerindo uma recuperação para o câmbio”, afirmou o profissional da AZ Quest, gestora com cerca de 18 bilhões de reais sob seu guarda-chuva.
Zerbini evitou dizer para onde o dólar vai a partir de agora, mas considerou que, em termos relativos, a tendência é que o real supere seus pares.
Ele explica que, com a queda da Selic —hoje na mínima histórica de 6,50% ao ano—, o real deixou de ser uma moeda de “carry trade” e passou a ser mais orientada por fluxos para a economia real, como os de balança comercial, investimento direto, IPOs, M&A e privatizações.
Segundo Zerbini, com exceção da balança comercial, os demais fluxos são bastante correlacionados à confiança para se investir no país.
Tendo como base cenário de aprovação da reforma da Previdência, Zerbini vê à frente uma recuperação desses fluxos, ao mesmo tempo que o diferencial de crescimento entre o Brasil e o mundo —outra variável que determina tendências para o câmbio— deve melhorar.
“Estamos com um cenário mais construtivo para Brasil. E se ele estiver correto, o país será um ‘trade’ relativo melhor que os demais emergentes. E isso pode ser benéfico para o real.”
Zerbini ressalvou que isso não significa que o dólar necessariamente cairá na comparação com a moeda brasileira. “Isso vai depender do comportamento do dólar lá fora. Mas o ponto é que o quadro doméstico agora indica que o real poderá ter uma performance melhor que as demais moedas.”
O ceticismo do estrangeiro em voltar a aplicar na renda fixa brasileira antes da materialização das reformas, contudo, ainda é um limitador para um desempenho melhor do câmbio. “E dado que o juro local ainda pode cair, não acredito que simplesmente o estrangeiro vai deixar de fazer ‘hedge’ de posições em Brasil via câmbio, mas que talvez essa demanda arrefeça.”
A depreciação do real se acelerou nos últimos anos à medida que o Banco Central cortou a Selic a mínimas históricas, o que reduziu o custo de carregamento de posições compradas em dólar.
Segundo analistas, essas posições dos estrangeiros —que servem como proteção a apostas em outros mercados e na B3 superam 30 bilhões de dólares— estão entre as razões para a resistência do dólar em patamares historicamente elevados.
“O estrangeiro não vai alocar em ativos antes da reforma (da Previdência”, disse o profissional da AZ Quest.
Embora o real, comparado a outras moedas, possa estar preparado para ganhos, o mesmo não ocorre quando confrontado com outros mercados locais, como o de juros.
Segundo Zerbini, a AZ Quest ainda prefere ficar aplicada em juros (apostando na queda da taxa). Para proteger parte dessa posição, os gestores da casa se mantêm comprados em dólar.
“Não está claro se o dólar lá fora é para cima ou para baixo. Mas está claro que o juro é para baixo”, explicou.