Metalúrgicos da Ford
Os representantes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que viajaram aos Estados Unidos ouviram da matriz da Ford em Dearborn o que já se imaginava: a montadora se mantém irredutível em sua decisão de fechar a fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Diante disso e da perspectiva de venda da unidade, os trabalhadores exigem agora a garantia de manutenção dos empregos no momento da negociação, que já teria três interessados, entre eles o Grupo Caoa.
Compromisso com os empregos
“Para nós não importa que seja brasileiro ou internacional, mas que se comprometa com os empregos. Não permitiremos que um acordo de compra e venda seja feito sem que inclua a garantia de que estes trabalhadores continuarão aqui”, afirmou o presidente do sindicato, Wagner Santana, durante assembleia realizada na fábrica na manhã de terça-feira, 12.
O coordenador do comitê sindical na Ford, José Quixabeira de Anchieta, que também viajou para os Estados Unidos, divulgou detalhes da reunião. “Apresentamos vários argumentos para a manutenção da planta. Reforçamos a versatilidade da mão de obra, já que pelo acordo feito aqui os trabalhadores são os únicos que atuam tanto na linha de automóveis como na de caminhões”, diz.
Não conseguimos entender…
Rafael Marques, ex-presidente do sindicato e trabalhador na Ford, também fez parte da comitiva que se encontrou com os representantes da montadora em Dearborn: “A direção não tinha resposta aos argumentos que apresentamos. Os caminhões são um acerto da Ford no Brasil. Não conseguimos entender a decisão de abandonar esse produto, esse mercado e esses trabalhadores”, ressalta.
Terminada a assembleia, os trabalhadores decidiram manter a mobilização iniciada em 19 de fevereiro, quando a empresa anunciou o fechamento da unidade. A paralisação continua até o dia 14, quando os metalúrgicos terão nova assembleia em frente à fábrica.