MRV vê tendência de melhora em margem bruta em 2019

105

Indústria da construçãoMelhora na margem bruta

SÃO PAULO (Reuters) – A MRV vê tendência de melhora na margem bruta em 2019, conforme reduz atuação na faixa 1.5 do Minha Casa Minha Vida e lança mais empreendimentos de médio padrão financiados com recursos da caderneta de poupança, disseram executivos da companhia nesta sexta-feira.

“Em termos de call center e visitas ao plantão (de vendas), janeiro e fevereiro foram melhores que no ano passado e achamos que este será um ano melhor que 2018”, afirmou o copresidente da maior construtora da América Latina Rafael Menin, em teleconferência com analistas.

Lançamentos de imóveis de médio padrão

Segundo ele, embora a MRV esteja confortável com a continuação do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), o plano é gradualmente elevar os lançamentos de imóveis de médio padrão via Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). “Nos próximos dois a três anos, queremos que 10 mil das 60 mil unidades lançadas sejam SBPE”, contou.

Dentro do MCMV, o foco da MRV em 2019 será nas modalidades 2 e 3, adicionou Menin, descartando atuar na faixa 1 do programa.

Março muito robusto

Apesar das perspectivas positivas, o outro copresidente da MRV, Eduardo Fischer, observou que instabilidades na execução orçamentária do FGTS em janeiro e fevereiro comprometeram o repasse de unidades.

“Fevereiro fechou em patamar melhor que janeiro, mas não normal, e a expectativa é que já tenhamos março muito robusto que compense o janeiro fraco em financiamentos”, comentou.

Para Fischer, a MRV pode entregar receitas mais elevadas nos próximos anos, conforme encurta o ciclo de produção e acelera as vendas. “Ainda vendemos em velocidade maior do que construímos, mas temos aproximado esses números”, disse.

Resultados “sólidos”

Na véspera, a construtora reportou lucro líquido de 191 milhões de reais no quarto trimestre, alta de 5,8 por cento na comparação anual, com avanço das receitas e diluição de despesas.

Em relatório, analistas do Bradesco BBI consideraram os resultados “sólidos”, destacando a receita acima da esperada devido sobretudo ao ritmo mais rápido de construção de projetos recentemente lançados.

Por outro lado, a equipe liderada por Luiz Mauricio Garcia citou possível desaceleração no primeiro trimestre em função de gargalos decorrentes do congelamento de gastos do governo. “Mas não estamos preocupados e continuamos vendo o programa MCMV como sustentável no longo prazo, apoiando nossa preferência pelo segmento de baixa renda”, escreveram.

Às 13:19, a ação da MRV subia 1,18 por cento. Em 2019, os papéis já subiram mais de 11 por cento.