Alta na taxa de desemprego
RIO DE JANEIRO/SÃO PAULO (Reuters) – O Brasil iniciou o ano com alta na taxa de desemprego para o nível mais alto em cinco meses e elevação no número de desempregados, em um movimento sazonal de dispensa após as contratações de final de ano, com persistência da informalidade.
A taxa de desemprego brasileira foi a 12,0 por cento no trimestre encerrado em janeiro, contra 11,6 por cento nos três meses até dezembro, de acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Taxa mais baixa para o primeiro mês do ano
Essa é a taxa mais baixa para o primeiro mês do ano desde 2016, mas chegou ao patamar mais elevado desde o trimestre encerrado em agosto (12,1 por cento) depois de oito meses seguidos de quedas e um de estabilidade.
O resultado ficou praticamente em linha com a expectativa em pesquisa da Reuters de 11,9 por cento.BRPNAD=ECI
“Era um movimento esperado dado o nível de atividade no país e o alto nível de informalidade”, disse o coordenador da pesquisa, Cimar Azeredo.
“É um movimento de dispensa de temporários, administração pública e outros. O que poderia era a conjuntura surpreender, mas não é o que vimos”, completou.
Desempregados e desalentados
O número de desempregados no país teve alta ao chegar a 12,669 milhões entre novembro e janeiro, depois de ter terminado o ano passado em 12,195 milhões. No mesmo período de 2018, eram 12,689 milhões de desempregados.
Já o número de desalentados, ou a quantidade de trabalhadores que desistiram de procurar uma vaga, foi a 4,716 milhões, de 4,706 milhões no trimestre até dezembro.
Contingente de pessoas ocupadas
O contingente de pessoas ocupadas atingiu 92,547 milhões, sendo que o emprego formal continua em decadência, em uma economia que ainda sem fôlego expressivo, embora a expectativa seja de melhora progressiva.
O emprego com carteira assinada teve recuo nos três meses até janeiro com 32,916 milhões de pessoas, de 32,997 milhões no trimestre até dezembro, além de queda de 1,1 por cento sobre o mesmo período de 2018.
Carteira assinada
O IBGE informou ainda que o número de pessoas sem carteira assinada no setor privado atingiu 11,307 milhões, um aumento de 2,9 por cento sobre o mesmo período do ano anterior.
Já o rendimento médio do trabalhador foi de 2.270 reais nos três meses até janeiro, contra 2.256 reais no trimestre até dezembro e 2.251 reais no mesmo período de 2018.
“A economia tem que entrar nos trilhos, e o país tem que ter um cenário macro para estimular investimentos, contratações, com carteira e movimentar a economia”, afirmou o coordenador da pesquisa.