Forte queda na Argentina
Produção, exportações e vendas internas seguem em forte queda na Argentina no primeiro mês do ano. A paralisação da maioria das fábricas nos dois últimos meses, para redução de estoques, levou a uma retração de 32,3% nos volumes produzidos em janeiro, na comparação com o mesmo mês de 2018. Foram fabricados apenas 14,8 mil automóveis e utilitários no país, recuo de 27,7% no confronto com dezembro.
Recessão
Com a recessão detonada pela crise financeira, desde o fim do primeiro semestre do ano passado o mercado interno argentino desabou e as linhas argentinas estavam produzindo com foco quase exclusivo na exportação. Mesmo assim, as paradas nas fábricas acabaram por reduzir também as vendas externas, que totalizaram apenas 7,4 mil veículos embarcados em janeiro, uma baixa de 28,9% em relação ao mesmo mês de 2018 e expressiva contração de 67,7% sobre dezembro passado.
Produção baixou e seu impacto nas exportações
“Com as paradas de dezembro e sua extensão para o primeiro mês do ano, a produção baixou e causou impacto também nas exportações”, explica Luis Fernando Peláez Gamboa, presidente de Adefa, associação que reúne as fabricantes instaladas na Argentina. “Resta saber qual será o comportamento do mercado até o fim do primeiro trimestre. Enquanto isso, continuamos trabalhando para em novas negociações internacionais e na busca da melhoria da competitividade”, acrescentou o dirigente.
O mercado doméstico argentino segue em queda livre. Em janeiro as vendas aos concessionários somaram pouco mais de 30 mil unidades, cerca de metade do volume negociado um ano antes: o declínio foi de 53,4%. A retração na comparação com os negócios verificados em dezembro foi de 38%.
Resultado da indústria automotiva em 2018
A indústria automobilística na Argentina terminou 2018 com a produção anual de 466,6 mil veículos, praticamente o mesmo número de 2017. O resultado foi apoiado pelas exportações, que somaram 269,3 mil unidades, em alta de 28,5% sobre o ano anterior, graças principalmente às vendas ao Brasil. Havia previsão no início do ano passado que mercado interno argentino poderia atingir 1 milhão de emplacamentos, mas com a crise o número baixou sensivelmente para 681,8 mil, em retração de 23%, que continua a se aprofundar em 2019.