Perdas na economia
Quase R$ 26,5 bilhões deixaram de circular na economia brasileira nesses oito dias da greve dos caminhoneiros, conforme o estudo do Instituto Brasileiro de Planejamento de Tributação e Empresômetro Tecnologias Ltda (IBPT), cuja sede fica em Curitiba.
A paralisação nas estradas do Paraná começou na segunda-feira (21). A mobilização ocorre em todo o país.
O valor é referente a negócios que deixaram de ser realizados – desde compra e venda de mercadorias, prestação de serviços e novas contratações. Como consequência, mais de R$ 3,8 bilhões em impostos deixaram de ser arrecadados.
Dados do impostômetro
O estudo foi baseado em dados do impostômetro, uma ferramenta criada para somar tudo o que os brasileiros pagam de tributos, e na estimativa de arrecadação diária de cada setor da economia.
Os especialistas também levam em conta números oficiais: do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD).
Setores mais atingidos
De acordo com o IBPT, foram mais afetados o próprio setor de transporte e o agronegócio – que tem menos etapas no processo produtivo e também menos estoques.
“E o agronegócio é atingido porque o centro do setor está na logística de transporte. E a logística é feita quase que exclusivamente por caminhões”, diz o presidente da Cooperativa Agroindustrial de Cascavel (Coopavel), Dilvo Grolli.
O estudo mostra que a perda é maior a cada dia de greve. No 1º dia, correspondia a 2% de todo o movimento diário da economia brasileira. No 8º dia, equivale a 12%.
Efeito dominó
“Vai aumentando o número de empresas que param de fazer negócios, serviço também é afetado. Então, em geral, começa a ter um efeito dominó. Então, cada vez mais vão caindo essas peças e aí aumento o número de pessoas que estão à mercê da greve e também à mercê de ficar sem as coisas, sem a sua circulação econômica”, afirmou o presidente-executivo do IBPT, João Elói Olenike.
Os especialistas dizem que este dinheiro pode até retornar para a economia e para os cofres do governo, mas em um longo prazo.
“Vai depender de como a economia vai se comportar daqui para frente, com o fim da greve obviamente. Se a greve continuar, as perdas também vão continuar”, explicou Olenike.