O dólar fechou esta quarta-feira com alta
SÃO PAULO (Reuters) – O dólar fechou esta quarta-feira com alta de mais de 1 por cento e muito perto do patamar de 3,55 reais, o maior em quase dois anos, com o cenário externo ainda pesando após o banco central dos Estados Unidos não reduzir expectativas de que os juros podem subir mais do que o esperado no país.
O dólar avançou 1,30 por cento, a 3,5491 reais na venda, maior nível desde 2 de junho de 2016 (3,5875 reais) e maior avanço percentual desde o dia 9 passado (+1,60 por cento).
R$ 3,5549
Na máxima desta sessão, a moeda norte-americana foi a 3,5549 reais, também maior nível intradia desde junho de 2016. Em abril, o dólar já havia subido 6,16 por cento, maior valorização mensal em quase um ano e meio.
O dólar futuro <DOlc1 tinha> alta de cerca de 1,20 por cento no final da tarde.
“As autoridades (do Fed) continuam no caminho para aumentar as taxas novamente em junho e esperamos mais duas altas de 0,25 ponto percentual no segundo semestre deste ano”, trouxe a empresa de pesquisas macroeconômicas Capital Economics, em relatório.
E acrescentou que, com o mercado de trabalho ainda forte e o recente estímulo fiscal, “as perspectivas para os gastos do consumidor e a atividade permanecem razoavelmente claras”.
O Federal Reserve
O Federal Reserve, banco central do país, deixou a taxa de juros inalterada nesta tarde e expressou confiança de que o recente aumento da inflação para nível próximo à meta de 2 por cento será sustentado, mantendo o curso para elevar os custos de empréstimo em junho.
Em decisão unânime, o Fed manteve a taxa de empréstimo na faixa entre 1,5 e 1,75 por cento, depois de a ter elevado em março. O banco central prevê atualmente mais dois aumentos dos juros este ano, embora número crescente de autoridades veja três como possível.
Fed pode elevar os juros mais vezes neste ano
Nos últimos dias, cresceu o temor nos mercados globais de que o Fed pode elevar os juros mais vezes neste ano diante de sinais de melhor desempenho da economia e inflação maior.
Mais juros nos Estados Unidos podem afetar o fluxo global de recursos, tirando dinheiro de praças como a brasileira e encarecendo o dólar ante o real.
NO exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas e também sobre divisas de países emergentes, como os pesos mexicano e chileno.
O cenário doméstico também ajudou
O cenário doméstico também ajudou a pressionar o dólar ante o real, sobretudo com preocupações com a cena política local a poucos meses das eleições presidenciais de outubro.
“Vemos crescimento (econômico) patinando, indefinições sobre as eleições, nossa moeda vem sofrendo”, destacou o diretor de câmbio do Banco Paulista, Tarcísio Rodrigues.
Apesar do dólar no patamar de 3,55 reais, o Banco Central brasileiro não anunciou qualquer intervenção no mercado de câmbio nesta sessão. Segundo profissionais, a expectativa é de que o BC role integralmente o vencimento de junho de swap cambial tradicional, equivalente à venda de dólares no mercado futuro. O volume total é de 5,650 bilhões de dólares.
Vencem ainda na quinta-feira 2 bilhões de dólares em leilão de linha, que é a venda de dólares com compromisso de recompra.