Reduzir meta de inflação
SÃO PAULO (Reuters) – O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou que conduz o seu trabalho de forma técnica e apartidária, independentemente da atual crise política enfrentada pelo Brasil, e que o país não teve “oportunidade e ousadia” para reduzir a meta de inflação.
Desde que a crise política atingiu o governo do presidente Michel Temer, houve mudança na projeção de redução da taxa básica de juros diante da expectativa de que haverá mais dificuldade para aprovar reformas importantes, como a da Previdência.
As reformas
Sem as reformas, que podem levar a piora do quadro fiscal, o BC pode ser obrigado a ser mais duro na condução da política monetária. Atualmente, a Selic está em 10,25 por cento ao ano.
“Continuo trabalhando da forma como comecei. Procuro ser o mais técnico possível. Não vou questionar se o cenário é melhor ou pior politicamente”, disse Ilan ao participar de evento em São Paulo na noite de segunda-feira.
Em meio ao ambiente de inflação cada vez mais distante do centro da meta oficial –de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos–, Ilan disse ainda que o país não conseguiu discutir reduzir o objetivo. Faltou “oportunidade e ousadia” para tanto, afirmou, sem entrar em detalhes.
Conselho Monetário Nacional
Neste mês, o Conselho Monetário Nacional (CMN) terá de fixar uma meta de inflação para 2019 e há defesa dentro da equipe econômica que ela deve ficar abaixo de 4,5 por cento. A inflação tem rodado abaixo de 4 por cento em 12 meses, abrindo espaço para esse movimento.
O presidente do BC também disse que está satisfeito no comando da autoridade monetária e que tem se preocupado em jogar tanto na defesa como no ataque, sem especificar quais são as ações.
“A gente joga tanto na defesa como no ataque. Mas o que é da defesa ninguém vê. Em muita coisa a gente joga no ataque, fazendo agendas”.
Desde que assumiu, Ilan tem tentando levar o adiante uma série de medidas para, por exemplo, reduzir o custo do crédito, por meio da Agenda BC+.