Mudanças na Ásia não equilibram oferta de Grupos II e III

227

grupo IIIA intensificação da busca por lubrificantes de alta qualidade da Ásia absorverá alguns dos seus excedentes de óleos básicos do grupo II e do grupo III, porém o excesso de oferta de básicos de alto desempenho estará mais pronunciado do que nunca, uma vez que novas fontes apareceram em todo o mundo.

A afirmação é de Milind Phadke, da Kline & Co, em uma conferência no mês passado.

“A capacidade global de produção de óleos básicos lubrificantes é muito superior à demanda”, disse Phadke à Conferência da ICIS sobre Óleos Básicos na Asia, em 17 de maio.

A capacidade foi de aproximadamente 56 milhões de toneladas no ano passado, mas apenas 35,7 milhões de toneladas de óleos básicos foram consumidos. A superoferta é particularmente pronunciada básicos de alto desempenho.

E não para por aí. “Cerca de 6 milhões de toneladas de novas capacidades produção estão em vias de transição, com quase metade delas na região da Ásia-Pacífico”, continuou Phadke.

A demanda por lubrificantes acabados está crescendo de forma robusta em países asiáticos, como Índia, Filipinas e Indonésia, explicou. Porém, com os mercados da China e do Japão se estreitando, “o crescimento global da demanda de lubrificantes acabados na Ásia reduziu-se para algo ligeiramente abaixo da demanda global, prevista para os próximos 10 anos”.

A região continuará, no entanto, a sua “mudança rápida” em relação aos lubrificantes, com intervalos de troca mais longos, melhor economia de combustível e melhor desempenho geral.

A percentagem de automóveis de passageiros na Ásia que utilizam óleos de motor de baixa viscosidade, como 5W, por exemplo, irá expandir de 2016 a 2026, e esses produtos serão cada vez mais formulados com o Grupo III, em vez do Grupo II.

A taxa de crescimento anual da Ásia para os requisitos do Grupo II, durante esse período, é apenas muito pouco maior que a do mundo inteiro combinada, mas a taxa de crescimento projetada para a demanda do Grupo III é em torno de 2% maior.

A restrição ao uso do Grupo I também é mais pronunciada na Ásia do que no mundo, já que os formuladores estão cada vez mais substituindo essa matéria-prima para usar seu excedente do Grupo II.

O aumento do uso na Ásia de óleos básicos de alto desempenho, no entanto, não ajudará a equilibrar a oferta em todo o mundo. “As novas adições de capacidade irão superar o crescimento da demanda na Ásia, e a oferta emergente irá alterar os fluxos comerciais”, disse Phadke.

Fornecedores de grupo III do Oriente Médio ganharam mercado

“Os fornecedores no Oriente Médio corroeram a posição dominante dos fornecedores do Grupo III da Ásia, nos mercados dos Estados Unidos e da Europa”, observou. Em 2010, não houve oferta no Oriente Médio do Grupo III para nenhum dos mercados. No ano passado, a região representou cerca de metade das importações de óleo básico para ambas as regiões. A nova capacidade na Europa também irá desafiar as exportações da Ásia para essa região e para a América do Norte.

“A Ásia era o único grande fornecedor de óleos básicos do Grupo III”, disse ele. “Mas no futuro, os fornecedores da Ásia  precisarão explorar novos mercados para um crescimento sustentado e encontrar maneiras de manter e aumentar a participação no mercado”.

A América do Sul e a África não são necessariamente opções neste ponto, ele observou, já que a demanda nesses continentes ainda são muito pequenas.

As refinarias norte-americanas também precisarão competir com as novas unidades na Europa e no Oriente Médio, e com novas adições de capacidade na China. Com mais de metade da nova capacidade do Grupo II, que está sendo construída na China, o superávit do Grupo II da região só será exacerbado, concluiu Phadke.

Em todo o mundo, “haverá fábricas fechadas e projetos cancelados”, concluiu Phadke. “Algumas unidades do Grupo I serão fechadas ou convertidas em Grupo II, mas há chances menores de fechamentos de instalações de Grupo I na Ásia, em comparação com outras regiões, devido a uma variedade de fatores, como a dependência dessa classe para lubrificantes marítimos”, que são mais demandados na Ásia do que em qualquer outro lugar.