O mercado brasileiro de veículos deve ficar entre estabilidade e leve melhora em 2017. A tendência é que a recuperação das vendas aconteça de forma gradual até 2020. Estas são algumas das conclusões da pesquisa promovida com leitores do portal Automotive Business. Com mais de 200 respostas, o levantamento mediu a temperatura da indústria automotiva para este ano. Dos entrevistados, 93% entendem que 2017 será de estabilidade ou crescimento. Apenas 4,8% dos participantes acreditam que a retomada das vendas só vai acontecer depois de 2020.
O levantamento será combustível para os debates que acontecerão no palco do VIII Fórum da Indústria Automobilística, principal evento de negócios para a indústria automotiva que acontece em 17 de abril em São Paulo. A maioria dos entrevistados é de executivos de gerência e diretoria de empresas de autopeças, montadoras, fornecedores de insumos e prestadores de serviços para a indústria automotiva.
Dos participantes, 68% esperam estabilidade no mercado automotivo em 2017 na comparação com o resultado do ano passado. Já 18,8% confirmaram a expectativa de que o mercado cresça mais de 10% este ano. A minoria, 10%, trabalha com cenário de contração das vendas em 2017.
Ao serem questionados sobre as oportunidades para a recuperação dos negócios, a maioria, 37%, destacou a necessidade de apostar em inovação, tecnologia e novos produtos. As exportações foram a melhor opção para 30,2% dos entrevistados, enquanto investir para ganhar produtividade e reduzir custos foi indicada como a melhor iniciativa para 22,9% dos participantes.
Cadeia produtiva vai acompanhar recuperação do mercado
Quando o assunto é a indústria de autopeças, 51,4% das pessoas entrevistadas acreditam que a cadeia produtiva vai acompanhar o ritmo de recuperação do mercado. Já parcela de 23% alerta que estas empresas vão demorar mais para sair da crise. Outros 16,8% dos participantes apontaram que o setor de autopeças vai sair ainda mais fragilizado do momento de turbulência.
Para 75,5% das pessoas entrevistadas, o estímulo mais efetivo à cadeia produtiva seria a redução e a simplificação dos impostos. A maioria dos participantes, 52,7%, apontaram ainda que, na crise, montadoras e sistemistas trabalharam em parceria para melhorar a produtividade.
Setor de caminhões longe do patamar recorde
Grande parte dos entrevistados 54,6%, defende que o mercado de caminhões vai crescer lentamente, mas dificilmente vai alcançar de novo o patamar recorde registrado em 2011, com mais de 170 mil emplacamentos. Para 57,6% dos respondentes, as novas condições de financiamento de veículos comerciais pelo BNDES são bom estímulo para as vendas. Parcela de 38% dos entrevistados, no entanto, acreditam que a alteração é indiferente e não terá impacto sobre os volumes de vendas.