Gaston R. Schweizer
Graduado em Engenharia Industrial, com larga experiência em empresas de lubrificantes e diversos cursos de especialização, desenvolveu uma carreira com mais de 30 anos na Shell, STP e Repsol, tendo atuado como chefe de treinamento, coordenador técnico, responsável pelo atendimento às indústrias montadoras e de autopeças e obtenção de aprovações de produtos.
Conforme prometido, trago a segunda parte do artigo sobre lubrificação automotiva, com dicas para que você possa ficar seguro na escolha do óleo e da hora de trocar.
Troca de óleo realizada por bomba de sucção, se for corretamente realizada, não tem problema nenhum, e ainda não corre o risco de se retirar e danificar a rosca do bujão do cárter e não existe a necessidade da troca da anel de vedação.
Equipamentos de testes de aditivos de óleo de motor encontrado em pontos de venda onde se coloca um óleo de marca conhecida e posteriormente o mesmo recebe uma carga de aditivo e gera melhor resultado não tem fundamento técnico, não é desta maneira que a lubrificação ocorre dentro do motor do seu carro.
Realizar flushing para a retirada de borra e fazer uma limpeza interna total do seu motor não é recomendado por nenhum fabricante, se seu motor apresentar sinais de borra o ideal é o exame a desmontagem e a limpeza em uma oficina especializada.
Apesar de muitos fabricantes de óleo produzirem embalagens com o bocal que facilite a saída do óleo é sempre aconselhável a utilização de um funil, pois quase sempre respinga óleo para fora, além de sujar o motor e outras partes e colaborar para concentração de pó, modernos motores possuem catalisadores próximo ao bloco, se o óleo cair sobre ele quente pode vir a pegar fogo.
Muitos fabricantes indicam apenas a utilização de seus óleos originais em seus veículos com o risco de perda de garantia, isto não é correto, nenhum fabricante possui fábrica de óleo, e no seu manual deve existir além da indicação do óleo original as especificações de viscosidade e desempenho do mesmo, se isto não ocorrer contate a concessionária ou o setor de atendimento ao cliente do fabricante do seu carro, caso não obtenha sucesso, pense em procurar um órgão de defesa do consumidor.
Não é aconselhável a mistura de óleos de marcas, viscosidades e formulações diferentes, mas se for necessário completar e não tiver o óleo que utiliza opte por um de mesma viscosidade e desempenho.
Deve-se sempre trocar o filtro de óleo junto o óleo de motor, isto garante, além da máxima drenagem do óleo usado, a garantia de filtragem e limpeza do óleo novo.
A simples troca do anel de vedação junto ao bujão de dreno garante a boa vedação do cárter pois esta, após utilizada, perde a pressão e a boa capacidade de vedar, desde que apertada com o torque (força) permitido.
Poucos sabem , mas todos o parafusos encontrados no seu carro possuem torque especificado de aperto, dos encontrados nos cabeçotes aos das rodas, um dos motivos pelos quais às vezes elas escapam nas vias e também do bujão de dreno.
Se você instalou kit de GNV, vale a pena optar por lubrificantes mais apropriados para este combustível. É comum carros com GNV consumirem mais óleo. Eles também necessitam de intervalos diferentes de troca.
A maneira mais simples de economizar combustível, além de dirigir de uma maneira comedida, é regularmente calibrar os pneus de seu carro, repare que os taxistas fazem esta operação regularmente, não é na utilização de óleos Fuel Economy, de baixa viscosidade, que vai conseguir fazer isto, pois o percentual desta economia é quase imperceptível para um motorista comum.
Carros que andam pequenos trechos e não chegam a entrar em regime de operação, ou seja, em temperatura ideal de trabalho, ao contrário do que se pensa, operam na situação denominada de severa, e os fabricantes recomendam a redução da troca de óleo para metade do da quilometragem recomendada.
Operação severa não é a utilização do carro em rodovias e estradas em velocidades e rotações do motor permitidas, mas sim no para e anda no trânsito congestionado.
Motores que possuem turbocompressor não devem ser acelerados e forçados enquanto estiverem frios e antes de serem desligados devem permanecer em marcha lenta em torno de 30 segundos a um minuto.
O carro perde potência e superaquece quando passou – e muito – da hora de trocar o óleo.