A comunicação na indústria de lubrificantes

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A comunicaçãoA comunicação na Indústria de Lubrificantes

O investimento em tecnologia realizado pelas empresas de aditivos para o desenvolvimento de uma nova categoria de óleos lubrificantes automotivos pode atingir valores bastante elevados. O custo das empresas distribuidoras para disponibilizar essa categoria ao consumidor final também é algo a ser considerado, envolvendo aprovações, registros, rotulagem, distribuição, propaganda etc. Todo esse esforço pode cair por terra na hora em que o consumidor vai escolher o óleo para colocar em seu veículo, se a opção for pelo mais barato, ou até mesmo se ele não tiver a menor ideia do que comprar, como acontece na maioria dos casos.

Que critérios são utilizados para essa escolha? Que nível de conhecimento o consumidor tem a respeito dos lubrificantes? Quem irá orientá-lo nessa hora?

Painel do evento levanta a questão

Em painel organizado pela revista Lubes em Foco e realizado no 9º Encontro com o Mercado – América do Sul, em junho de 2019, no Rio de Janeiro, especialistas apresentaram dados e debateram sobre um dos mais complexos problemas do mercado de lubrificantes automotivos, e talvez um dos mais esquecidos: a Comunicação, seja com quem compra, com quem orienta, com quem recomenda.

De acordo com o gerente de vendas para a América Latina da Chevron Oronite, Marcos Davi dos Santos, um programa para aprovação de uma formulação de óleo na categoria CI-4, por exemplo, considerando-se que os resultados obtidos sejam positivos na primeira tentativa, pode ter um custo da ordem de US$ 600 mil. Já no caso da classificação CJ-4, o custo pode atingir algo entre US$ 1 milhão e US$ 2 milhões.

Rodolfo Ferreira, diretor de vendas Brasil da Afton Chemical, ressaltou que, na verdade, o interesse da evolução tecnológica em lubrificantes não deveria ser somente por parte da indústria de aditivos ou dos produtores de lubrificantes, mas sim de uma iniciativa de toda a indústria da mobilidade.  Esse segmento industrial é pressionado pelas novas regulações do Meio Ambiente, e grande parte do esforço que é feito para melhorar a tecnologia dos lubrificantes vem a reboque da necessidade de se aumentar a eficiência energética.

Dados preocupantes foram trazidos pelo gerente de Marketing de Especialidades e consultor de OEMs, Leandro Benvenutti, quando analisou a frota brasileira de veículos.  Ele lembrou que existe um descompasso no mercado sobre o que é solicitado pelos OEMs, ou seja, o que está nos manuais das montadoras, e o que de fato é vendido aos consumidores. Observando nossa frota, em torno de 40 milhões de carros, consideramos que dentro do período de garantia (de 1 a 3 anos) encontram-se aproximadamente 17%, e quase 20 milhões são carros com vida entre 4 e 10 anos, que já saíram de garantia, mas que têm em seus manuais a recomendação de fluidos sintéticos, de baixa viscosidade. O que acontece na realidade é que cerca de metade desses veículos, ou seja, quase 10 milhões, ainda usam óleos minerais API SL.

Para Edson Fonseca Júnior, gerente de Produtos Driveline para a América Latina da Lubrizol, também na área de driveline, cerca de 55% do volume de óleos de transmissões e eixos ainda são GL-4 e GL-5 somente, o que coloca nossa frota muito fora de um padrão de bom nível. Dessa forma, os benefícios que poderíamos ter com um fluido de melhor qualidade, para estender o período de troca e gerar menos resíduo para o meio ambiente, não são atingidos e não tiramos proveito da tecnologia existente para isso.

Leia o restante do artigo na revista LUBES EM FOCO – edição 73, apresentada abaixo: