A GAC ou Guangzhou Auto estaria interessada em adquirir parte ou totalidade da FCA. De acordo com o jornal Diário do Comércio, representantes da montadora chinesa teriam visitado a companhia em Betim e até participado de reuniões. A GAC ou Guangzhou Auto estaria interessada em adquirir parte ou totalidade da FCA., o que fez as ações da ítalo-americana subirem 3%.
A FCA tem uma joint-venture com a GAC na China, onde produz (produzia…) carros da Fiat e também da Jeep, uma vez que o casamento com a extinta Nanjing fracassou em 2009. Como já se sabe, Sergio Marchionne busca uma fusão com outro fabricante de peso, buscando assim a esperada consolidação do setor automotivo em um grupo seleto de empresas, que deverão sobreviver no mercado.
Mas, diante da recusa da GM e da falta de interesse da Volkswagen, ter a GAC como sócia não seria nada ruim. Porém, não se sabe o quanto de dinheiro a Guangzhou Auto tem em caixa para uma oferta de ações significativa, que desse à Fiat-Chrysler não só alívio nas contas, mas também poder para se manter independente no futuro.
FCA pode ser totalmente adquirida pela Guangzhou
Especialistas dizem que é improvável que a FCA seja completamente adquirida pela GAC. Outros discordam, achando que a manobra seria possível e viável. Da mesma forma, há quem acredite que a chinesa tem interesse em uma das marcas do grupo. Isso porque a empresa de Guangzhou não tem reconhecimento internacional. Assim, ter uma das várias marcas da FCA significaria ter representatividade no mercado mundial.
Uma dessas marcas poderia ser a Lancia, que não está totalmente extinta. Nos EUA, a Plymouth saiu de cena em 2001. Ou seja, marca disponível é o que não falta à FCA. No caso de aquisição parcial, devemos lembrar que a PSA tem a Dongfeng como um dos três sócios majoritários do grupo e a atuação da empresa é tão forte na China quanto é na Europa.
Penetração da FCA na China ainda é fraca
Um problema – que poderíamos considerar como grave – para a FCA é sua baixa penetração no mercado chinês. Enquanto GM, VW e PSA, por exemplo, possuem grande percentual das vendas no país, tendo uma ou duas joint-ventures para ampliar o raio de ação, a GAC-FCA tem apenas poucos modelos da Jeep (3) feitos no país e agora praticamente nenhum da Fiat, pois os Viaggio e Ottimo saíram de cena muito cedo e o 500 é importado.
Este é mais um fracasso da marca italiana em território chinês, o que reflete bem a situação. O primeiro foi com a Nanjing e a família Palio/Perla. Sem a China, dificilmente um fabricante sobreviverá no mercado automotivo mundial como um player de peso. Todo mundo está lá. A FCA também não fechou qualquer acordo com a Beijing Auto, que era quem comercializava a Jeep na época da Daimler-Chrysler.
Maior que a GAC, a BAIC é mais antiga e tem mais presença no mercado chinês. De qualquer forma, uma fusão ou aquisição societária da GAC na FCA poderia ampliar os horizontes atrás da Grande Muralha. Nessa troca, eventualmente uma marca da Fiat poderia ser transferida para a chinesa, para que possa assim acessar outros mercados com seus próprios produtos, renomeados com uma bandeira já reconhecida. Além disso, o suporte da FCA nos states garantiria mais chances para os crossovers que ela pretende vender por lá.