A crise econômica causou mais um efeito negativo para os transportadores: agravou a defasagem do valor do frete. No caso da carga lotação, o serviço está custando, em média, 24,8% menos do que deveria, para cobrir os custos e garantir rentabilidade; no caso da carga fracionada, a defasagem chega a 11,7%. Os dados são da NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística). Em agosto do ano passado, o mesmo levantamento da entidade apontava defasagem de 22,9% para carga lotação e de 9,81% para a fracionada.
O problema decorre da queda na demanda por serviços de transporte e do aumento de custos. “Está difícil repassar os custos para os clientes. A maioria das transportadoras está com rentabilidade muito baixa ou mesmo no negativo”, diz o assessor técnico da NTC, Lauro Valdívia. Segundo ele, empresas que fizeram cortes no número de funcionários para reduzir custos conseguiram alcançar resultados melhores.
Frete ficou sem reajuste
De acordo com uma pesquisa nacional realizada em janeiro deste ano pela entidade, em colaboração com a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestre), houve queda no faturamento do setor. Em mais de 80% das empresas pesquisadas, o faturamento do último ano caiu em média 19,1%. Ainda segundo o levantamento, nenhum transportador conseguiu reajustar o frete em 2016 a ponto de recompor a inflação do ano passado.
Com esse cenário, empresários e transportadores autônomos enfrentam dificuldades de manter as atividades da empresa e, as que conseguem, ficam impossibilitadas de realizar investimentos. Como resultado, cresce a idade média da frota de caminhões no Brasil. Segundo pesquisa da CNT (Confederação Nacional do Transporte) divulgada em fevereiro de 2016, a idade média era de 13,9 anos.