Lubrificação de motores ferroviários

de combustão interna ciclo diesel 2T/4T

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Lubrificação de motores ferroviários
Lubrificação de motores ferroviários

Lubrificação de motores ferroviários – Os motores ferroviários de combustão interna Ciclo Diesel utilizados no transporte ferroviário podem ser 2T ou 4T e, geralmente, são equipados com 16 ou 20 cilindros em V.

Algumas particularidades de projeto interessantes desses motores ferroviários são dignas de serem comentadas:

  1. A exaustão dos gases de combustão é realizada através de válvulas de escapamento presentes em cabeçotes individuais.
  2. A admissão de ar para a combustão é realizada através de janelas de admissão existentes nas camisas dos cilindros.
  3. Os pinos dos êmbolos são suportados por casquilhos (mancais de deslizamento) bi-partidos, comumente denominados “telhas do carregador” que, como as buchas do eixo do turbocharger, podem ser revestidos de prata com vistas à redução do atrito.

Em face do exposto, os óleos lubrificantes para uso em motores ferroviários de combustão interna Ciclo Diesel 2T/4T devem possuir algumas peculiaridades:

  1. Possuir excelente detergência-dispersância com vistas a evitar-se formação de depósitos carbonosos nas janelas de admissão de ar, na região dos balancins e nas canaletas dos pistões.
  2. Recomenda-se aditivação anti-desgaste isenta de ditiofosfato de zinco (ZDDP) quando o maquinário for equipado com casquilhos bi-partidos dos pinos do pistão (telhas do carregador) e buchas do turbocharger revestidos de prata visto o ZDDP ser agressivo ao revestimento de prata. A título de informação podemos mencionar que a GM-EMD recomenda que os teores máximos de zinco em óleos lubrificantes novos e em uso seja de 10 mg/kg (ppm) e o de prata 2 mg/kg.

Em alguns modelos de motores ferroviários até poderiam ser utilizados óleos lubrificantes com aditivação anti-desgaste à base ZDDP, em função destes equipamentos não possuírem casquilhos com revestimento à base de prata. Porém, a título de uniformização em frotas mistas, faz-se a opção pelo uso de óleos lubrificantes com as mesmas exigências de maquinários onde há casquilhos com revestimento de prata no que se refere à aditivação anti-desgaste isenta de ditiofosfato de zinco (ZDDP).

A taxa de reposição de óleo lubrificante nesses motores é consideravelmente elevada e a substituição das cargas de óleo lubrificante ocorrem por condição e com base em análises físico-químicas à exceção de algumas ocorrências excepcionais tais como:

  1. Contaminação por Óleo Diesel em função de avarias em tubos de retorno de combustível ou em bicos injetores.
  2. Contaminação por agentes externos (ex. óleos lubrificantes que contenham ZDDP).
  3. Por ocasião da realização de manutenções mecânicas corretivas em que houve severo desgaste de componentes mecânicos em movimento relativo e a contaminação do óleo lubrificante por material abrasivo oriundo de desgaste metálico.

Em geral, recomenda-se a coleta de amostras de óleo lubrificante em uso para análises físico-químicas a cada 500 horas ou 1000 horas de operação, conforme as recomendações do fabricante do motor, devendo ser monitoradas propriedades tais como:

    1. Teor de insolúveis no óleo lubrificante medido pelo método de ensaio ASTM D893-14 (Standard Test Method for Insolubes in Used Lubricating Oils) indica, geralmente, passagem dos gases do blow-by entre os anéis de segmento e as camisas ou entre as hastes e guias de válvula de escapamento que necessitarão de reparos para que não ocorra excessivo espessamento (aumento da viscosidade cinemática) do óleo lubrificante e avarias catastróficas a outros componentes mecânicos tais como casquilhos principais e de biela da árvore de manivelas, mancais bi-partidos dos pinos dos pistões (telhas do carregador) etc. por deficiência de lubrificação.

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