Por falta de peças, GM quer afastar 600 empregados em São José dos Campos

Proposta de layoff por dois meses deve reduzir ritmo de produção na fábrica

102
falta de componentes
Linha de produção da GM em São José dos Campo: redução do ritmo por falta de peças com afastamento temporário de 600 empregados

Falta de componentes

A falta de componentes provocada pela pandemia de coronavírus que já afeta diversas linhas de produção no País chegou a mais uma fábrica da General Motors. A fabricante, que a partir desta semana paralisa por 20 dias a planta de Gravataí (RS) para recompor o estoque de peças, pelo mesmo motivo comunicou ao Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP) que pretende reduzir o ritmo na unidade com o afastamento temporário de quase dois meses, de 8 de março a 2 de maio, de 600 empregados das linhas de produção. Eles irão se juntar aos 368 que já estão em layoff com retorno previsto para 8 de abril.

Representantes dos trabalhadores e da GM se reuniram na segunda-feira, 1º, para negociar a abertura do novo layoff na fábrica de São José. Segundo comunicado do sindicato, a empresa “reiterou que o mercado automobilístico segue aquecido, com vendas em alta em 2021”, mas que precisa reduzir o ritmo de produção na unidade por falta de componentes suficientes.

Foi convocada uma assembleia na terça-feira, 2, para apresentar e votar a proposta de afastamento temporário e uma nova reunião com a GM está agendada para a manhã da quarta-feira, 3, para decidir os próximos passos. A entidade afirma que defenderá a adoção de medidas que preservem os empregos.

Segundo o sindicato, atualmente a GM conta com cerca de 3,5 mil funcionários na planta de São José, onde são fabricados apenas dois modelos, a picape S10 e o SUV de grande porte Trailblazer, além de motores, transmissões e componentes agregados. A fábrica é candidata a receber perto de R$ 4 bilhões do programa de investimentos de R$ 10 bilhões que a GM planeja fazer em suas fábricas paulistas entre 2021 e 2024.