Caminhões Scania
Caminhões Scania – Após um ano de crescimento exponencial em todos os ramos de atuação, a Scania prevê novos avanços em 2020. A marca sueca estima que suas vendas de caminhões vão aumentar 15% e as de chassis de ônibus 5% este ano no Brasil, que segue sendo seu maior mercado mundial de veículos. A direção da empresa traçou as projeções com o que chama de “otimismo moderado”, segundo avalia Roberto Barral, vice-presidente de operações comerciais da Scania no País.
“Tivemos um ano para celebrar o crescimento em todas as nossas áreas de atuação, principalmente com o sucesso da nova geração de caminhões lançada em 2019. Para 2020 ainda existem algumas incertezas sobre os rumos das economias global e nacional, por isso estamos com um otimismo moderado neste momento, mas esperamos por mais um ano de expansão das vendas”, disse Roberto Barral. |
Barral: crescimento em todas as áreas de atuação da Scania em 2019 e otimismo moderado em 2020
APÓS ALTO CRESCIMENTO, BOAS PERSPECTIVAS PARA CAMINHÕES |
As previsões de crescimento foram reduzidas para 2020 porque em 2019 os níveis de expansão dos negócios atingiu porcentuais mais que vistosos, o que elevou a base de comparação. As vendas de caminhões pesados da Scania em 2019 avançaram 58,7% – exatos dez pontos porcentuais acima da média do segmento, que cresceu 48,7% sobre 2018.
O grande diferencial da marca foi o lançamento da nova geração de caminhões, lastreada na promessa cumprida de reduzir em mais de 12% o consumo de combustível em relação à geração anterior. Foram negociadas 12,7 mil unidades do novo modelo, o que garanti à Scania aumento de 1,4 ponto porcentual em sua participação no mercado brasileiro de pesados acima de 16 toneladas de PBT, que subiu para 24,5%.
“O segmento de caminhões pesados já cresceu muito, no ano passado representou metade das vendas. Esse porcentual deve baixar este ano, com a expansão dos outros segmentos de leves e semipesados”, avalia Silvio Munhoz, diretor comercial da Scania no Brasil. |
Munhoz: perspectivas de continuação de crescimento do agronegócio e retomada da expansão da construção civil
Para este ano, a previsão é que o agronegócio vai continuar a ser o principal comprador de caminhões pesados de grande porte no País, com a expectativa de novo recorde da safra brasileira de grãos. “Além da renovação de frotas, esperamos por uma possível ampliação delas para transportar todo esse aumento da quantidade de carga”, pontua Munhoz.
Ele também antecipa boas perspectivas para o setor de construção civil, com o início do programa de privatizações do governo. “Esperamos que as primeiras privatizações já vão acontecer entre março e abril. Logo na sequência devem ser iniciados os investimentos obrigatórios por parte dos compradores, que vão querer fazer isso o mais rápido possível para começar a ter resultados. Esses setores com certeza vão precisar comprar muitos caminhões”, raciocina Munhoz.
O executivo reconhece com rara sinceridade: “Erramos a mão” nos preços da linha mais potente da nova geração de caminhões, de 500 cavalos 6×4, por isso a Scania perdeu por larga contagem a liderança do segmento para o FH 540 6×4 da Volvo, que em 2019 foi o caminhão mais vendido do País. “Vamos fazer ajustes este ano para competir nesse mercado”, garante Munhoz.
Outro segmento que a Scania foi muito mal é o de semipesados, com apenas 88 vendas em 2019, quase sumindo do mercado. Segundo Munhoz, isso ocorre porque é um campo de atuação que a marca tem dificuldades para administrar. Ele espera aumentar a competitividade na área com a introdução do motor menor, de sete litros, na linha de semipesados da marca.
“Antes ficávamos no topo dos semipesados e agora vamos ficar melhor posicionados com essa oferta de motorização. Mas temos de aprender a trabalhar melhor no segmento, incluindo a produção de estoque para as concessionárias, porque é um modelo que o cliente busca para pronta-entrega, ao contrário do que fazemos com os pesados, que só produzimos sob pedido”, pondera.
ÔNIBUS EM EXPANSÃO MODERADA |
Ônibus rodoviário com chassi Scania: 21% de participação nas vendas do segmento em 2019
As projeções para o mercado de ônibus acima de 8 toneladas em 2020 são bem mais contidas. A Scania avalia que o ano tem “viés de crescimento”, mas pequeno, em torno de 5% sobre 2019. Segundo estimativas da empresa, as eleições municipais deste ano e dificuldades fiscais dos municípios devem reduzir o movimento de renovações de frotas urbanas, enquanto no segmento rodoviário existem incertezas no horizonte que embaçam as previsões, como a desregulamentação do setor, que pode ou não aquecer as vendas.
“O ano de 2020 começou acelerado, com grande número de encomendas de chassis. Por isso, já projetamos um aumento de 20% da carteira de pedidos para o primeiro trimestre. Ainda assim, é um otimismo moderado”, afirma Fábio D´Angelo, novo gerente de vendas de ônibus da Scania no Brasil. |
O Brasil é o segundo maior mercado de ônibus da Scania, mesmo com volumes relativamente baixos. Em 2019 as vendas de chassis de ônibus da fabricante tiveram crescimento abaixo da média do setor, que avançou 38,8%. As 901 unidades vendidas significaram avanço de 18,5% e perda de 0,74 ponto porcentual de participação de mercado, que baixou para 4,3%.
Isso ocorre porque a marca está mais focada nos modelo rodoviários, a parte menor do mercado nacional de ônibus. Quando são computados os 845 chassis rodoviários vendidos no ano passado, o desempenho melhora, com participação de 21,2% e aumento de 20% nos negócios em relação a 2018, praticamente em linha com a expansão média de 19,9% do segmento. Silvio Munhoz acrescenta que a Scania liderou o subsegmento de ônibus 8×2, com 245 unidades comercializadas. “Teríamos crescido mais se alguns emplacamentos não tivessem ficado para 2020”, informa ele.
Apesar do segmento urbano não ser o forte da Scania, Munhoz destaca que em 2019 a fabricante conquistou alguns negócios importantes, que “quebraram o tabu, os clientes entenderam que temos produtos competitivos e eficientes também para ônibus urbanos”. Ele cita a venda de chassis biarticulados para Curitiba (PR) – bem na casa da Volvo, seu principal concorrente –, além das entregas de articulados de 18 metros e padron para o transporte público de São Paulo.