Vendas diretas de veículos
As vendas diretas de veículos atingiriam 45,6% de participação no total de veículos emplacados no primeiro semestre, o que segundo a Fenabrave, representa o maior nível da história. Na primeira metade de 2018, esse porcentual era de 40,4%. Segundo a entidade, o índice vem crescendo mês a mês: em janeiro, o nível estava em 36,9% e em junho ficou em 47,8%.
– Faça aqui o download dos dados da Fenabrave
“Há esse fenômeno atípico entre varejo e vendas diretas: enquanto as vendas no varejo cresceram 2,15%, um ritmo bem menor, a venda direta evoluiu de maneira bem mais acelerada de 23,59% no primeiro semestre”, disse o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Jr.
Segundo o executivo, existe um comitê interno e que foi reformulado em 2017, quando assumiu a nova diretoria. “Este assunto [vendas diretas] é tratado há mais de 30 anos nesta casa, diretamente com a própria Anfavea com o intuito de que possamos ter um equilíbrio mais favorável para ambos os lados”, disse Assumpção.
O presidente da Fenabrave também credita o fato de que graças à queda das vendas de veículos na Argentina, o que diminuiu drasticamente as exportações para lá, fez sobrar carro para oferecer ao mercado brasileiro. Há casos de lotes inteiros que já foram enviados para o país vizinho, incluindo alguns faturados, mas que foram trazidos de volta para abastecer a demanda de clientes no Brasil. “Não somos contra a venda direta, mas a maneira como ela é conduzida”, criticou Assumpção ao comentar sobre os possíveis descontos que são dados para empresas e frotistas que compram direto das montadoras.
No primeiro semestre, 68,8% das vendas diretas foram feitas a pessoas jurídicas e 31,8% para pessoas físicas. No mesmo período de 2018, esses índices eram de 65,9% para PJ e 34,1% para PF.
As vendas diretas representam um dos dois fatores que, segundo a Fenabrave, ajudaram a impulsionar o mercado na primeira metade do ano. O outro fator foi o bom desempenho do segmento de caminhões, especialmente a categoria pesada, que atualmente responde por 51% das vendas totais de caminhões e vem sendo reforçada graças ao agronegócio e a safra de grãos.
DESEMPENHO DO MERCADO |
De janeiro a março, as vendas de veículos totalizaram 1,3 milhão de unidades, na soma de leves e pesados, representando aumento de 12,1% sobre volume de 1,1 milhão de veículos emplacados em mesmo período do ano passado.
Os licenciamentos de leves avançaram 10,8% no primeiro semestre, para pouco mais de 1,24 milhão de automóveis e comerciais leves. Já nos pesados, a alta foi bem mais significativa, de 49,7%, para mais de 59,2 mil unidades, entre caminhões e ônibus. Nos primeiros seis meses deste ano o setor vendeu 44,9% mais caminhões e 71,3% mais ônibus. Este último impulsionado pelo Caminho da Escola e também pela renovação de frota tanto no segmento urbano quanto no rodoviário.
O presidente da Fenabrave lembra que que no ano passado o fechamento do primeiro semestre havia sido prejudicado com os efeitos da greve dos caminhoneiros, deflagrada no fim de maio, além da Copa do Mundo, que segundo ele, também influenciou o mercado naquela época.
Para Sérgio Zonta, que representa o setor de veículos pesados na Fenabrave, embora o segmento pesado esteja ligado ao PIB, neste ano o mercado de caminhões tão tem desacelerado. “Contudo, em função de incertezas, alguns pedidos foram postergados”, revela Zonta.
No comparativo mensal, de junho contra maio, todos os segmentos registraram queda nos volumes de vendas graças ao menor número de dias úteis. Apesar disso, a média diária de vendas cresceu 5,3% ao superar as 11,7 mil unidades vendidas em cada um dos 19 dias úteis de junho. Em maio, a média foi de 11,1 mil em 22 dias úteis.
Em junho, a Fenabrave contabilizou 189 mil veículos em estoques, equivalentes a 23 dias contra os 186,5 mil em maio, equivalentes a 26 dias de vendas.