Poluição química e doenças crônicas não transmissíveis

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Doenças crônicas não transmissíveis

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS)1, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) resultam da combinação de fatores genéticos, fisiológicos, ambientais e comportamentais. A relação de DCNTs – abrangendo hipertensão arterial, doença pulmonar obstrutiva crônica, cirrose hepática, nefrolitíase, esclerose múltipla, doença de Alzheimer, obesidade, diabetes mellitus e câncer, entre outras – mostra que elas podem comprometer os diversos aparelhos e sistemas orgânicos. Este artigo tem por objetivo alertar para a inclusão da poluição química como importante fator ambiental causador de DCNTs e para a urgente necessidade do desenvolvimento de uma Cultura de Segurança Química no país.
A Assembléia Geral das Nações Unidas aprovou a Declaração Política sobre Prevenção e Controle de DCNTs,2 em 19 de setembro de 2011, com foco nos impactos econômicos, particularmente nos países em desenvolvimento. A Declaração reconhece que a ameaça global dessas doenças constitue um dos maiores desafios para o desenvolvimento no século XXI, o que prejudica o desenvolvimento social e econômico em todo o mundo e ameaça a realização de metas de desenvolvimento internacionalmente acordadas.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, em 2008, cerca de 36 milhões das 57 milhões de mortes globais decorreram de DCNTs – principalmente doenças cardiovasculares. câncer, doenças respiratórias crônicas e diabetes, incluindo cerca de 9 milhões de mortes antes dos 60 anos – e quase 80% dessas mortes ocorreram em países em desenvolvimento. Naquela data, admitia-se que as DCNT estavam relacionadas ao tabagismo, ao uso abusivo do álcool, às dietas inadequadas e ao sedentarismo.
No relatório Vigilância em DCNT e Fatores de Risco3, a Organização Pan-Americana de Saúde informa que, a partir das últimas quatro décadas do século passado, seguindo a tendência mundial, ocorreram no Brasil importantes mudanças no perfil das doenças prevalentes em sua população. As DCNTs passaram a determinar a maioria das causas de óbito e incapacidade prematura, ultrapassando as taxas de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias.

Plano de Ação Global para Prevenção e Controle

Segundo o Plano de Ação Global para Prevenção e Controle de DCNTs da Organização Mundial de Saúde 2013-20204, tais doenças, principalmente doenças cardiovasculares, cânceres, doenças respiratórias crônicas e diabetes, são a maior causa de morte no mundo. Mais de 90% das mortes prematuras por DCNTs ocorrem em países de baixa e média renda. Novamente a OMS assinala que a maioria dessas mortes prematuras está ligada a fatores de risco comuns, como uso de tabaco, dieta pouco saudável, inatividade física e uso abusivo de álcool.

Responsabilidade dos governos

Este plano de ação global, fundamentado na responsabilidade dos governos na resposta ao desafio das DCNTs e no importante papel da cooperação internacional para apoiar os esforços nacionais, fornece um roteiro e um conjunto de opções políticas para os Estados Membros, OMS, outras organizações da ONU e organizações intergovernamentais, ONGs e o setor privado que, quando implementados, coletivamente, entre 2013 e 2020, deverão atingir nove metas globais voluntárias, incluindo a redução relativa de 25% na mortalidade prematura por DCNTs, até 2025.

Leia o restante do artigo na revista LUBES EM FOCO – edição 71, apresentada abaixo: