Novos capítulos na novela da Ford SBC

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Fábrica da Ford

Representantes do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC terão um encontro com o governador João Dória, na quinta-feira, 28, para tratar das possibilidades de compra da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, SP. De acordo com a entidade, o encontro será às 18h no Palácio dos Bandeirantes.

Em assembleia realizada na manhã desta terça-feira, 26, o sindicato informou aos trabalhadores que a direção da montadora reiterou que há três grupos interessados na planta e que, com um deles, as conversas estão mais avançadas. Também revelou que ao longo do dia haveria reunião com a direção da empresa para estabelecer um calendário de negociações para o encerramento das atividades na unidade.

Seis a oito semanas para resolver

“A Ford não passou nomes, mas nos disse que deve levar de seis a oito semanas para resolver qualquer negociação de compra”, informou o coordenador do Comitê Sindical da Ford, José Quixabeira de Anchieta. “Vamos querer acompanhar, saber qual tamanho da empresa que vai adquirir e do negócio que pretendem manter em São Bernardo. Se vai ficar a produção de caminhões e de carros, se será só caminhões, só carro, pois disso depende a mão de obra”.

Grupo Caoa já confirmou interesse

De capital nacional, o Grupo Caoa já confirmou interesse nas instalações da Ford no ABC Paulista. A empresa produz veículos Hyundai em Anápolis, GO, e, segundo fontes do setor, estaria negociando com a fabricante coreana a renovação do contrato referente aos caminhões da marca para transferir essa linha para São Bernardo. O grupo também tem operações em Jacareí, SP, onde são fabricados automóveis com a marca chinesa Chery.

Com relação ao calendário de negociações com a direção da Ford, Anchieta destacou que o processo que pode ser longo. “Nossas conversas podem ir até o final de abril. Não vamos fechar nada com pressa, queremos fazer tudo certo”, explicou o sindicalista.

Desde o dia 19 de fevereiro, quando a Ford comunicou o fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo, os funcionários estão sem trabalhar. É preciso definir inclusive como ficará a operação até novembro, quando vence a estabilidade dos trabalhadores definida em acordo assinado no final de 2017.