Após o recorde de consumo de etanol hidratado em 2018, a demanda segue aquecida em 2019. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), referentes ao consumo de janeiro deste ano, 1,85 bilhão de litros foram adquiridos pelos brasileiros, um aumento de 34,38% frente aos 1,37 bilhões do mesmo mês do ano anterior que, até então, era recorde. É, portanto, o maior volume da série histórica iniciada em 2000.
Em plena entressafra, o volume não fica muito abaixo do demandado em dezembro: 2,05 bilhões de litros.
O cenário contraria a premissa de que, em janeiro, período quando o produto tem, tradicionalmente, menos disponibilidade no mercado, os consumidores optam menos pelo etanol nas bombas. Porém, com estoques elevados, preços favoráveis ao renovável e desfavoráveis ao concorrente fóssil geram o efeito reverso.
Etanol hidratado é preferência de consumidores em São Paulo
No primeiro mês deste ano, 29,53% dos consumidores preferiram o etanol – em São Paulo, estado onde o biocombustível tende a ser mais favorável, a média cresce para 51,43%.
Dos 1,85 bilhão de litros referentes a janeiro, São Paulo foi responsável por 945 milhões, 34,07% a mais que em 2018 e 8,27% a menos que os 1,04 bilhão de dezembro. Já Minas Gerais vendeu 254 milhões de litros do hidratado, ou 51,6% a mais do que no ano anterior.
A aquisição de combustíveis do Ciclo Otto (em gasolina equivalente) ficou em 4,4 bilhões de litros, um aumento de 1,57% no início deste ano. Neste cenário, o consumo de gasolina C caiu de 3,38 bilhões de litros para 3,12 bilhões (-7,96%).
Com essa queda, a demanda de anidro também reduziu. Enquanto em janeiro de 2018 ela foi de 920 milhões de litros, em 2019 passou para 840 milhões (-8,7%).