Pedro Nelson Belmiro
Pedro Nelson A. Belmiro é Coordenador da Comissão de Lubrificantes do IBP, Co-autor do livro Lubrificantes e Lubrificação Industrial e Editor da revista lubes em Foco.
A tarefa de levantar números precisos para o mercado de lubrificantes nunca foi fácil e tem sido um grande desafio até mesmo para (SIMP), que precisa ser alimentado com números enviados pelo mercado.
Situações de mudanças internas e estruturais em grandes empresas podem dificultar ainda mais a melhor consolidação dos números. Some-se a isso, possíveis duplicações de informações de prestadores de serviços a terceiros e a situação fica mais difícil ainda.
Dessa forma, a necessidade de uma análise crítica e profunda sobre os números, aliada a uma pesquisa específica com os principais players do mercado, é imprescindível para que possamos entender melhor o ambiente e as particularidades e chegarmos a um número aproximado com mais acurácia.
Um olhar para os fatores que impactaram o mercado de lubrificantes no ano de 2018, nos colocou de sobreaviso a respeito do comportamento desse mercado, que tem historicamente acompanhado o desenvolvimento do país e, mais especificamente, do setor industrial.
Fatores que impactaram o mercado de lubrificantes
No ano passado, mesmo com impactos da greve dos caminhoneiros e também das eleições, o PIB Nacional cresceu, embora timidamente, atingindo cerca de 1,1%, enquanto a indústria automobilística apresentou um desempenho muito bom. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o setor de veículos, motos, partes e peças teve um crescimento de 15,1% em 2018, o maior em 11 anos. A alta foi puxada pela redução de impostos e os lançamentos de carros novos. Enquanto isso, a produção do agronegócio acenou com boas perspectivas, fazendo com que a produção de máquinas agrícolas crescesse 23,8% em 2018.
É importante notar que também ocorreu um consumo de combustíveis nesse período, principalmente óleo diesel e etanol, o que nos leva a concluir que com mais máquinas trabalhando maior é o consumo de lubrificantes.
Outro fator importante nessa análise é o comportamento do mercado de óleos básicos em 2018. Foi observado um crescimento de 19% no mercado total desse insumo, com recorde de importação, aumento da produção nas refinarias brasileiras e crescimento nas vendas de básicos rerrefinados.
Todos esses parâmetros nos levam a aprofundar ainda mais a análise dos números , para concluir que não seria coerente uma queda no volume apenas no mercado de lubrificantes. Esse detalhamento nos apresentou, por outro lado, um crescimento de vendas de quase 2,0% com relação a 2017, o que traz coerência e consistência com os fatores analisados.
Acreditamos que muito em breve, os números oficiais da ANP, com as devidas revisões, também chegarão a esse mesmo patamar.