Fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo
Confirmando os boatos que circulavam há algum tempo, a Ford anuncia nesta terça-feira (19) o fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo (SP). Desta forma, a marca deixará de atuar no segmento de caminhões na América do Sul, além de encerrar também a produção do Fiesta no país ao longo de 2019. Tanto o hatch quanto as linhas Cargo, F-4000 e F-350 deixarão de ser oferecidos assim que terminarem os estoques.
Ford deixa mercado de caminhões
A empresa diz que a decisão de deixar o mercado de caminhões foi tomada após vários meses de busca por alternativas, incluindo estudos de parcerias e venda da operação. A manutenção do negócio teria exigido um volume expressivo de investimentos para atender às necessidades do mercado e aos crescentes custos com itens regulatórios sem, no entanto, apresentar um caminho viável para um negócio lucrativo e sustentável.
Reestruturação em andamento na Ford América do Sul
Essa decisão se alia a outras iniciativas recentes que fazem parte da reestruturação em andamento na Ford América do Sul e incluem:
- Redução em mais de 20% dos custos referentes ao quadro de funcionários e à estrutura administrativa em toda a região.
- Fortalecimento da linha de produtos, com ênfase em SUVs e picapes, cuja preferência tem crescido entre os consumidores, e encerramento da produção do Focus na Argentina.
- Expansão das parcerias globais, como a recente aliança com a Volkswagen para desenvolver picapes de médio porte.
Impacto de aproximadamente US$ 460 milhões
Em decorrência do fechamento da fábrica de SBC, a Ford prevê um impacto de aproximadamente US$ 460 milhões em despesas não recorrentes. Cerca de US$ 100 milhões serão relacionados à depreciação acelerada e amortização de ativos fixos. Os valores remanescentes de aproximadamente US$ 360 milhões impactarão diretamente o caixa e estão, em sua maioria, relacionados a compensações de funcionários, concessionários e fornecedores. A maior parte dessas despesas não recorrentes será registrada em 2019 e é parte integrante dos US$ 11 bilhões em despesas, com efeito no caixa de US$ 7 bilhões, que a companhia prevê utilizar para a reestruturação dos seus negócios globais.
Fotos: divulgação