A China e a Índia são os segundo e terceiro maiores mercados de lubrificantes, mas lidam com o seu óleo usado de forma diferente. A India queima como combustível industrial a maior parte do que recolhe, enquanto a China se concentra mais em rerrefinar para produzir óleos básicos. O estudo realizado pela Kline & Co. abrange ainda a América do Norte, Europa Ocidental, Rússia e Brasil.
Juntas, essas regiões consumiram 24,6 milhões de toneladas de lubrificantes em 2015, ou 63 por cento do total global. Com exceção da Rússia que não apresentou estimativas, esses mercados juntos geraram 13 milhões de toneladas de óleo usado. A China ocupou a primeira posição, em volume de óleo usado, seguida da América do Norte, Europa Ocidental, Índia, Rússia e Brasil.
Para a coleta desse óleo usado, muitos coletores licenciados operam na China em conjunto como rerrefinadores. Lá, uma taxa de eliminação deve ser paga, já que o óleo usado é considerado um resíduo perigoso. Dados mostram que a maior parte do óleo usado coletado no país é então rerefinado.
Na Índia, por outro lado, a maioria dos óleos usados é queimada como combustível industrial. Razões vão desde a falta de capacidade de rerrefino até a inadequada aplicação da regulamentação.
Um amplo mercado para o querosene de baixo preço, ou seja, o querosene misturado ao óleo usado e vendido como óleo combustível, torna essa abordagem mais rentável do que rerrefinar o óleo usado para a produção de óleos básicos.
De acordo com Kline, os rerrefinadores normalmente usam um dos quatro modelos de negócios. A maioria das empresas seguem o modelo de rerrefino com a venda de óleos básicos, que fornece uma entrada bastante simples no mercado. A mistura de lubrificantes e as vendas com marcas próprias também facilitam os rerefinadores terceirizar a produção para as principais marcas de lubrificantes rerrefinados.
Os outros dois modelos são mais difíceis de executar. O misturadores que vendem com sua própria marca – como a Mangalam Lubrificantes na Índia – têm de competir com as principais empresas.
O modelo de circuito fechado, em que as empresas recolhem o óleo usado, para rerrefiná-lo e depois vender o produto acabado de volta ao gerador, só existe na América do Norte e Europa Ocidental.
Outros mercados não usam esse modelo por causa da aceitação limitada do consumidor dos produtos rerrefinados e a ausência de operações de grande escala necessárias para esta abordagem.Além disso, existe uma questão de desconfiança, devida a atividades ilegais de venda de óleos usados como lubrificantes novos ou venda de óleo usado como combustível, em alguns mercados.”
Em mercados em desenvolvimento como China e Índia, onde a demanda por óleos básicos do Grupo II é menor do que nos mercados desenvolvidos, os rerrefinadores mantiveram seu foco na produção de óleos do Grupo I. Eles vendem basicamente a pequenos misturadores que são sensíveis ao preço e têm pouco poder de marca. A dificuldade de aquisição de matéria-prima é um desafio frequente.
A Kline espera um aumento da coleta de óleo usado em todos os mercados estudados até 2025. Melhorar a infra-estrutura e uma maior sensibilização dos consumidores para os efeitos ambientais nocivos do óleo usado irão ajudar a impulsionar tal crescimento nos mercados em desenvolvimento.
Na China e em outros países, o rerrefino vai melhorar com o aumento da capacidade de coleta. Por outro lado, espera-se uma diminuição na Índia, porque não se espera que o subsídio sobre o querosene venha a ser reduzido ou retirado, e é esperado um aumento da prática de misturar o óleo usado com óleo querosene para usá-lo como um tipo de óleo diesel. A tensão resultante da falta de matéria-prima pode levar ao desaparecimento de alguns rerrefinadores no país.
A apresentação, intitulada ” Óleo Usado e Básicos Rerrefinados: Análise e Oportunidades do Mercado Global”, foi publicado durante o segundo trimestre deste ano.
Fonte: Lube Report Asia