Setor de petróleo e gás espera criar 500 mil empregos

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O setor de petróleo e gás no Brasil, que está emergindo de uma crise econômica e da recessão causada em parte pelos baixos preços do petróleo e pela redução do investimento da Petrobras, está mostrando sinais de recuperação.

Indústria brasileira de petróleo e gás espera criar 500 mil empregos até 2020
Indústria brasileira de petróleo e gás espera criar 500 mil empregos até 2020

Empresas de todo o mundo estão se instalando no país, de olho nas oportunidades, e algumas análises indicam que uma picape de contratação está chegando.

Setor de petróleo e gás

Um estudo conduzido pelo Banco de Desenvolvimento do Brasil mostra que cerca de 500.000 novos empregos deverão ser criados no setor até 2020. Outro estudo realizado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro disse que uma maior flexibilidade na regulamentação do conteúdo local ajudará a impulsionar vários projetos, que podem trazer atividade de petróleo e gás e criar mais empregos.

O setor de E & P, em particular, deverá ter um impulso, considerando que 44 sistemas de produção offshore devem começar a operar no Brasil até 2030, de acordo com a federação. “Essas unidades vão aumentar a demanda por bens e serviços e gerar empregos”, disse a federação em um comunicado.

Uma dessas unidades será montada no estado do Espírito Santo, localizado na região sudeste do Brasil. A montagem da embarcação, que será operada pela Petrobras, deve começar em 2020 e criar cerca de 1.000 empregos no Brasil. O casco será construído na China.

Macaé

A cidade de Macaé, que é o centro da indústria petrolífera offshore do Brasil, poderia oferecer a maior parte dos empregos necessários para impulsionar a produção de petróleo do Brasil nos próximos anos. Várias empresas da cadeia de fornecimento de petróleo e gás estabeleceram escritórios na cidade quando os preços do petróleo estavam mais altos, e agora muitos deles estão esperando o retorno.

Essas empresas estão antecipando o lançamento em Macaé de três licitações de serviços de manutenção para 39 FPSOs na Bacia de Campos pela Petrobras neste ano. O major brasileiro também está voltando aos trilhos depois de ter sido abalado por investigações sobre escândalos de corrupção, conhecidos coletivamente como Operation Car Wash.

O montante de investimentos necessários para os FPSOs pode chegar a US $ 1 bilhão, o que pode gerar cerca de 3.000 empregos em Macaé, segundo estudos da Associação de Empresas Prestadoras de Serviços para a Indústria.

Vagas de emprego irão aumentar

Para Alessandra Simões, headhunter da Uphill Executive Search, uma consultoria brasileira especializada em ajudar a ocupar cargos de liderança executiva, o surto de vagas de emprego será fortemente visto a partir de 2019.

“Acredito que haverá uma corrida para a contratação de profissionais qualificados no ano que vem, não apenas por causa das novas aquisições de ativos nas rodadas de licitações, mas também por causa dos desinvestimentos da Petrobras”, disse Simoes. “As empresas que estão adquirindo esses ativos da [Petrobras] terão que contratar uma nova equipe de executivos e profissionais de manufatura e manutenção. Eles serão necessários em atividades sísmicas, serviços de construção naval, E & P, logística e assim por diante. ”

No entanto, Simoes enfatizou que essa tendência do mercado de trabalho será mais seletiva do que durante o último boom de petróleo e gás no Brasil.

“Eu sou otimista. Mas é importante lembrar que as empresas de petróleo aprenderam a fazer mais com menos durante a crise ”, continuou ela. “Agora, as empresas serão mais rigorosas e contratarão apenas mão-de-obra altamente qualificada, e o processo [de aplicativos] poderá demorar mais do que costumava ser no passado”.

Novos empregos criados não só atrairão brasileiros, mas também profissionais de outros países. O Brasil pode enfrentar uma escassez de mão de obra qualificada doméstica, principalmente na área de engenharia.

Atualmente, cerca de 35.000 engenheiros se formam anualmente em universidades brasileiras. Mas a demanda por engenheiros no Brasil é de cerca de 60 mil por ano, segundo o Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea). Mais da metade dos profissionais que se formam anualmente nessa área optam por atuar no segmento de engenharia civil, segundo o Confea, dificultando o preenchimento de posições nas indústrias de petróleo, gás e naval.