“Operação OLUC ” combate descarte ilegal de óleo lubrificante em nove estados.

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Armazenamento e descarte de óleo lubrificante usado e contaminado (OLUC) feitos de forma irregular são alvos da operação; 49 mandados de busca foram cumpridos e dez pessoas presas.

Policiais do Centro de Operações Policiais Especiais (COPE) fizeram uma operação para combater o descarte ilegal do óleo lubrificante. A polícia suspeita que uma quadrilha que atua em todo o Brasil fazia a venda de “combustível batizado”, que mistura óleo queimado com diesel.

Operação OLUC já prendeu 10 pessoas

A ação foi batizada de “Operação Oluc” e cumpriu 49 mandados de busca e apreensão em cidades do Paraná, Goiás, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Bahia, Santa Catarina e Minas Gerais.

Empresas que fazem a coleta, armazenamento e o rerrefino de óleo lubrificante usado e contaminado de forma irregular são alvos da operação.

Até o dia 29 de junho, dez pessoas tinham sido presas em flagrante, sendo quatro em São Paulo, duas no Paraná, duas em Minas Gerais, uma em Goiás e uma no Rio de Janeiro.

A polícia também diz ter apreendido cerca de 80 mil litros de óleo queimado – do total, 44 mil litros foram encontrados numa empresa em Uberlândia (MG), 30 mil litros em São Paulo (SP) e cerca de 6 mil litros no Paraná.

Dos 49 locais em que a polícia esteve, 26 estavam atuando de forma regular, mas em 12 empresas a Agência Nacional de Petróleo (ANP) aplicou notificações, segundo a Polícia Civil. Mais de dez autos de infração, que variam de R$ 10 mil a R$ 100 mil, foram aplicados, informou a polícia.

De acordo com as investigações, há provas de que, na prática, empresas sem autorização da ANP manipulam e transportam o óleo lubrificante provocando danos ao meio ambiente, com risco de explosão.

Caminhões sem qualquer tipo de licença usados para fazer o transporte de óleo usado foram flagrados pelos policiais, ainda conforme as investigações.

Investigação já vinha sendo feita há quase dois anos

“A investigação começou em 2016 com informações de outros estados de que carretas apreendidas com droga estariam transportando óleo contaminado”, disse o delegado do Cope, Rodrigo Brown.

Segundo ele, existe uma máfia que compra o óleo usado para recolocar no mercado. “Geralmente eles misturam óleo ao diesel e acabam utilizando como combustível para caminhões, caldeiras, indústrias, ou seja, queimando este óleo novamente causando um enorme dano ambiental”, afirmou Brown.

A Polícia Civil informou que, de acordo com a ANP, 12 empresas estão aprovadas para recolher o óleo usado e 13 outras empresas autorizadas a fazer o rerrefino.

Além disso, 37 locais estão autorizados pela agência para estocar o óleo. Existe até, conforme a Polícia Civil, uma listagem de veículos que podem circular com este material.

O nome da operação remete a uma abreviação de Óleo Lubrificante Usado ou Contaminado, informou a polícia.