De acordo com a investigação, a Uber teria desativado a possibilidade de frear deliberadamente para que o veículo pudesse trafegar sem interrupções desnecessárias. Nesses casos, a responsabilidade de frear emergencialmente era da motorista de segurança, que monitorava as atividades do veículo.
Tarde demais
Essa pessoa, contudo, só agiu quando já era tarde demais. Um segundo antes da batida, a motorista tentou desviar da ciclista que empurrava sua bicicleta e só freou um segundo depois de ter atingido fatalmente a vítima. O carro, por sua vez, teve dificuldade em identificar Herzberg na estrada. Enquanto ela atravessava, os metadados do veículo indicavam que o sistema chegou a classificá-la como “objeto desconhecido”, depois como um “veículo” e, por fim, como uma “bicicleta”.
Nenhum tipo de aviso foi emitido
Apesar de o sistema semiautônomo ter identificado a presença da vítima na estrada seis segundos antes da fatalidade, nenhum tipo de aviso foi emitido para a motorista de segurança prestar atenção na estrada. As filmagens do interior do veículo mostram que essa pessoa estava constantemente abaixando e levantando a cabeça. O órgão federal de trânsito vai investigar os smartphones dela para verificar se havia uma atenção dividida no momento do acidente. A motorista, contudo, afirma que estava simplesmente monitorando a interface do sistema autônomo do carro, essencialmente fazendo seu trabalho.
Investigação própria
Em sua própria investigação, o Uber determinou que de fato seu sistema identificou a ciclista, mas não foi capaz de reagir a tempo de evitar o acidente. A empresa afirma que vai colaborar com a investigação do órgão de trânsito e implementar todas as mudanças requeridas antes de voltar a testar seus carros em vias públicas.
Apesar dessas informações já terem sido publicadas, ainda não foi finalizada a investigação que vai atribuir culpa a alguma das partes: a Uber, a motorista ou a ciclista. Testes toxicológico chegaram a indicar que a vítima poderia estar sobre efeitos de metanfetamina e maconha.