No mês de junho de 2016, Argentina e Brasil prorrogam o acordo automotivo bilateral por mais um ano, mantendo os mesmos termos constantes no acordo atualmente em vigência, disse na terça-feira, dia 7 de junho, o Ministro argentino de Produção, Francisco Cabrera.
O acordo vigente, que expira no final de junho de 2016, permite que o Brasil exporte 150 dólares em veículos e autopeças para cada 100 dólares que importa da Argentina, sem pagar impostos. O acordo também regula participação de mercado.
A demanda está fraca em ambos os países, com o Brasil, maior comprador estrangeiro de carros argentinos, enfrentando uma recessão e a Argentina tendo que lidar com inflação alta e uma desvalorização cambial que reduziu o valor do peso em 29%.
“Vai continuar nos mesmos termos, o que é muito bom para a Argentina. Durante um ano”, disse a jornalistas o ministro Cabrera.
O ministro assegurou também que a abertura das importações não terá impacto no desemprego do país, como fora prometido durante a campanha, já que não será um regime de importação indiscriminado.
Cabrera afirmou que está procurando que a integração seja um processo de consenso com os setores produtivos para poder comprar e vender sem nenhum tipo de mecanismo de proteção.
Na véspera, o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – ANFAVEA, Antonio Megale, afirmou que tinha expectativa de que o acordo fosse prorrogado nos termos atuais, com pequenos ajustes, mas que a indústria esperava que a renovação ocorresse por prazo de pelo menos dois anos.
A produção de veículos do Brasil este ano deve encolher 5,5% se comparado ao mesmo período de 2015, para o menor nível desde 2004, segundo dados da Anfavea. A perspectiva para as exportações, porém, é de avanço de 21,5% em 2016.
Na Argentina, a produção de veículos acumulou queda de 12,5% nos primeiros cinco meses do ano sobre o mesmo período de 2015, enquanto as exportações, cujo destino principal é o Brasil, recuaram 26,5% na mesma comparação.