Mercado automotivo brasileiro
O mercado automotivo brasileiro começa a sair do fundo do poço. Os últimos dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) revelam que foram emplacados 2,239 milhões de veículos ao longo de 2017, um crescimento de 9,2% em comparação com os 2,050 mi registrados em 2016. O bom resultado, aliado a chegada do novo regime automotivo Rota 2030, faz a entidade projetar um crescimento de 11,7% para 2018, com 2,502 mi de veículos emplacados.
Para a Anfavea, é motivo para comemorar. É a primeira vez que o mercado fecha com saldo positivo em produção após três anos consecutivos de quedas acentuadas. “É um número a se comemorar, mas a capacidade ociosa da indústria ainda é elevada. Em caminhões, está perto de 75%”, disse Antonio Megale, presidente da entidade.
Dezembro mostra bem a recuperação do mercado, pois teve a melhor média diária de emplacamentos desde 2015. Foram 212,6 mil carros licenciados no mês, contra 204,3 mil de 2016, uma variação de 4,1%.
Além das vendas normais, as exportações são outro motivo de alegria para as fabricantes. Foram enviadas 762.033 unidades para fora do país, 46,5% mais do que as 520.137 unidades de 2016. Foi o melhor ano da história para exportações, superando as 724.163 unidades de 2005. Junto com a melhora no mercado interno, fez com que a produção alcançasse 2.669.670 milhões, 25,2% mais do que em 2016.
E, se estamos produzindo mais, a indústria precisa de mais funcionários. Os empregos do setor automotivo cresceu 4,6% em dezembro, com 126.696 novas contratações. “Em março de 2016, tínhamos 38 mil pessoas em Programa de Seguro- Emprego (PSE) ou em layoff”, diz Megale. No final de dezembro, o número caiu para 1.885.
Os elétricos e híbridos tiveram seu melhor momento no Brasil. Foram 3.296 unidades emplacadas ao longo de 2017, sendo 2.405 unidades foram somente do Toyota Prius. “Embora não seja um número muito grande, é três vezes o número do ano anterior”, afirma o presidente da Anfavea.
Previsão para 2018
O novo cenário faz com que a Anfavea seja otimista para 2018. A entidade acredita que o mercado nacional chegará a 2,5 milhões de carros emplacados, 11,7% mais do que em 2017. A produção deve subir 13,2%, alcançando 3,5 milhões de unidades, graças as exportações, que devem crescer 5% para chegar aos 800 mil veículos. Outra boa notícia é para os carros importados. A Anfavea espera que, com o fim do Super IPI, eles representem 15% do mercado já em 2018. Em 2017, a participação foi de 10,8%, com 242.325 unidades.
Apesar do crescimento, ainda estamos longe de voltar aos bons momentos pré-Inovar Auto. Segundo Megale, a produção só baterá recorde novamente entre 2022 e 2025. Não é a primeira previsão do tipo. Sergio Habib, presidente da JAC Motors Brasil, disse em 2016 que o mercado precisaria de 6 anos para se recuperar.
Outra expectativa é a validação do novo regime automotivo Rota 2030. “Recebemos do próprio presidente Temer a previsão de que será assinado no fim de fevereiro. É uma questão de acertos internos do Governo, mas estamos confiantes da data”, explica Megale. Apesar de estar praticamente pronto há meses, o Rota 2030 acabou travado por discussões entre os ministérios do Desenvolvimento, Indústria e Comércio; e da Fazenda, por conta dos incentivos fiscais.