A nova aliança Renault-Nissan-Mitsubishi divulgou sua estratégia de mercado até 2022. Capitaneada por Carlos Ghosn, o grupo franco-nipônico anunciou que terá 12 novos carros elétricos. Além disso, o chefão também revelou que haverá uma sinergia maior entre as marcas, a fim de ampliar o compartilhamento de componentes e a redução geral nos custos.
Ghosn disse em Paris que 40 novos modelos serão lançados e terão algum nível de condução autônoma, sendo esse um dos três pilares do novo plano estratégico, que visa ampliar a eletrificação, a condução autônoma e a conectividade. Na Renault-Nissan-Mitsubishi, haverá somente uma plataforma modular elétrica, que dará forma às próximas gerações do Nissan Leaf e do Renault Zoe.
Além dela, o grupo também ampliará a gama de produtos com a plataforma modular CMF, expandido-a também para a Mitsubishi, que assim integrará a cadeia de suprimentos das duas marcas mais antigas no grupo. A promessa é que isso aconteça até 2020. No geral, a Renault-Nissan-Mitsubishi quer ter quatro plataformas globais para 9 milhões de carros ao ano em 2022.
Grupo Renault-Nissan-Mitsubishi tem meta arrojada até 2022
Com a chegada da Mitsubishi, a Renault-Nissan decolou para o primeiro posto mundial e já acumula 5,27 milhões de veículos vendidos no primeiro semestre, superando Volkswagen e Toyota. Mas, nem tudo são flores. O calcanhar-de-aquiles do grupo é a engenharia, ou melhor, as engenharias. Renault e Nissan tem equipes que trabalham em separado, dificultando a integração das duas marcas e a consequente redução de custos.
Rivalidade entre franceses e japoneses ainda desagrada
Mesmo com a aliança, existe certa rivalidade entre franceses e japoneses, o que desagrada analistas do mercado, que inclusive se decepcionaram com as declarações de Ghosn, pois o mercado esperava um anúncio de fusão entre as duas marcas, a fim de buscarem maior sinergia e rentabilidade.
Comenta-se que o líder da aliança quer um segundo mandado, já que seu contrato como CEO do grupo expira em 2018. Mas, dentro da Nissan, ele já perdeu o posto de líder. Se ele perder o de CEO da aliança, ele acabará saindo. Na Renault, ele ainda ostenta a posição de chefia, mas é o executivo que tenta manter o equilíbrio de forças na aliança, que ainda tem o governo francês fazendo pressão na tomada de decisões.