Metade das motos de São Paulo apresenta problemas

Vistoria em mais de 4.000 motocicletas revelou falhas nos freios, iluminação e pneus. Conheça os defeitos mais comuns, como evitá-los repará-los

173

Falta de tempo, dinheiro, desconhecimento técnico ou simples desleixo. São muitos os fatores que levam mais da metade dos motociclistas paulistanos a descuidarem da manutenção das suas máquinas. Esse foi o balanço do Motocheck-up, evento organizado pela Abraciclo, associação dos fabricantes do setor de duas rodas, que submeteu as motocicletas à criteriosa avaliação. Foram vistoriadas 4.084 motos que passaram pela Marginal Pinheiros (SP) entre 27 e 29 de junho. Mais da metade apresentava problemas mecânicos.

Ao todo foram verificados 21 itens e, de acordo com o relatório da entidade, os problemas mais comuns estão ligados ao nível de óleo (16%), luz de freio (15%), freio traseiro (9%), freio dianteiro (9%) e pneu traseiro (8%). São defeitos de fácil prevenção e estão ligados a segurança e conforto do piloto. Veja como poderiam ser evitados e como solucioná-los.

– Esquentou, perdeu

Quem deixa de verificar o nível de óleo e roda com lubrificante insuficiente ou vencido pode ter um grande prejuízo. A falta de óleo desgasta peças do motor, como pistão, anéis, rolamentos entre outros itens que trabalham em constante atrito. Sem lubrificação essas peças se aquecem e, em casos extremos, podem se fundir e “travar” o motor.

Para evitar esse problema e, aumentar a vida útil do motor, basta verificar o nível do óleo semanalmente. E completá-lo sempre que for necessário. Lembre-se de usar (e trocar) o lubrificante obedecendo aos prazos e as especificações fornecidas pelo fabricante.

– Parar sem aviso

Muita gente não sabe que a luz do freio não funciona e pode descobrir da pior maneira: ser vítima de uma colisão traseira. Outro risco é ser parado em uma blitz e levar multa de R$ 130,16 e ganhar 4 pontos no prontuário.

Não há como evitar o problema a não ser verificando o funcionamento da lâmpada sempre que sair com a moto. Segundo Marcus Vinicius Santana, mecânico da Power Motos – oficina especializada em serviços rápidos – na maioria dos casos o problema é uma simples lâmpada queimada. “Além de lâmpadas e fusíveis, a limpeza dos contatos pode resolver”.

– Pare, agora!

Em caso de emergência o sistema de freio é o anjo-da-guarda do motociclista. Mas se estiver em mau funcionamento será impossível parar no espaço necessário para evitar um acidente. Mesmo assim muitos negligenciam a manutenção do freio traseiro.

Os defeitos mais comuns estão ligados ao desgaste de componentes como pastilhas e lonas. “O pessoal esquece de olhar as condições das peças e quando percebe já é tarde demais”, lembra o mecânico Santana. Outro vício é manter o pé apoiado no pedal e os dedos no manete. “Essa mania aumenta o desgaste dos freios”.

O sistema de freio mostra sinais de desgaste emitindo ruídos metálicos ou chiados e perdendo eficiência. Caso isso ocorra já está na hora de trocar a pastilha ou a lona, uma atitude simples que evita gastos desnecessários no futuro, como a substituição do disco.

– Careca de saber

Quem tem o costume de usar apenas o freio traseiro também gasta mais o pneu traseiro. O ideal é usar os dois freios ao mesmo tempo, pois, além de economizar o pneu traseiro, esse hábito diminui o espaço de frenagem e aumenta o controle nos momentos de emergência.

“Acelerar de forma brusca nas saídas de farol também diminui a vida útil do pneu – além de aumentar o consumo de combustível e desgastar o conjunto corrente, coroa e pinhão”, alerta o mecânico Marcos Vinícius.

Rodar com o pneu gasto pode ser mais caro do que um pneu novo

Rodar com o pneu gasto pode ser mais caro do que um pneu novo. Trocar o pneu de uma Honda CG, por exemplo, custa a partir de R$ 100, enquanto a multa custa R$ 195,23 (mais cinco pontos na carteira). Além do prejuízo financeiro, a moto pode ser apreendida.

Em caso de chuva quem roda com o pneu gasto pode levar um tombo ao usar o freio, além do maior risco de furos. Para saber se chegou a hora de trocar o pneu basta verificar a marca TWI (Tread Wear Indicator, ou indicador de desgaste da banda de rodagem). Se ela estiver saliente, vale a pena substituir o pneu e não deixar chegar na lona. Manter o pneu calibrado também garante maior durabilidade desse componente vital para a segurança dos motociclistas.

Fotos: Divulgação