Ducati vai ser vendida para a Harley-Davidson?

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Evento reúne motociclistas fãs da Ducati em Misano, na Itália, em 2014 (Foto: Rafael Miotto / G1)
Evento reúne motociclistas fãs da Ducati em Misano, na Itália, em 2014 (Foto: Rafael Miotto / G1)

Ducati e Harley-Davidson

No último mês, o assunto voltou à cena com a informação que a americana Harley-Davidson seria a mais nova candidata a adquirir a montadora italiana, segundo a agência Reuters.

Mas, afinal, o que se sabe até agora?

Fontes não reveladas teriam dito à Reuters que o acordo para a compra da Ducati poderia chegar à US$ 1,67 bilhão e a oferta seria feita em julho próximo. Em 2012, o grupo Volkswagen desembolsou US$ 1,13 bilhão pela Ducati, com a compra efetuada através da Audi.

As indianas Bajaj e Royal Enfield seriam outras no páreo, apesar de nenhum pronunciamento oficial ainda ter sido feito. Além de montadoras, fundos de investimento e até a antiga dona da marca, a Investindustrial, também teriam interesse.

Segundo a agência Reuters, a Volkswagen não pretenderia concretizar o negócio antes do Salão de Milão, o principal evento de motos do mundo, que acontece em novembro, na Itália.

O que diz a Volkswagen?

A empresa não se pronunciou sobre estes novos comentários da possível venda da Ducati. No final do ano passado, a Volkswagen disse que não pretendia vender a marca e que ela era tratada como uma “pérola”.

Ducati vive momento positivo

A empresa de motos de luxo vive um bom momento nos negócios. Foram 55.451 motos vendidas em 2016, um crescimento de 1,2%, em relação ao ano anterior. O faturamento foi de 731 milhões de euros, um aumento de 4,1% frente a 2015. No Brasil, a empresa cresceu 36%.

Ducati Multistrada 950 (Foto: Divulgação)
Ducati Multistrada 950 (Foto: Divulgação)

 

O que a Harley ganharia com a compra?

Um dos fatores positivos para a Harley-Davidson, ou outra marca que compre a Ducati, seria a alta tecnologia embarcada nas motos. Além de modelos de chassi leve a alta potência, as motos italianas contam com diversos dispositivos eletrônicos, como controle de tração, mapas de potência, sistema “anti-empinada”, algo que não se vê nas motocicletas Harley-Davidson.

Com a aquisição da Ducati, a Harley também expandiria seu público que está notadamente envelhecendo, assim, seria um modo de atrair consumidores mais novos.

Outro ponto, é a forte presença da marca italiana em competições de motovelocidade. Além de ter evoluído na MotoGP nos últimos anos, a empresa já faturou 14 títulos do Mundial de Superbike.

Harley já teve marca italiana

No entanto, a Harley-Davidson já foi dona de outra marca italiana no passado: a MV Agusta. Por somente 2 anos, de 2008 a 2010, a marca norte-americana controlou a marca e depois devolveu aos seus antigos donos devido à crise americana.

A H-D também “enxugou” seu portfólio fechando a Buell, em 2009. Na época, a empresa disse que queria focar seus negócios em produtos Harley.

Identidade precisa ser preservada

Um dos pilares que fortaleceu a Ducati após ser comprada pela Volkswagen foi manter a identidade da marca. Apesar de novas diretrizes dos alemães, a marca seguiu seu tradicional estilo italiano, notadamente pela presença de seu CEO, Claudio Domenicali, fervoroso motociclista e ducatista.

Ducati e Harley-Davidson
Claudio Domenicali, CEO da Ducati, beija a Scrambler (Foto: Divulgação)