2024 Recorde histórico de vendas

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Revista Lubes em Foco edição 93

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O mercado brasileiro de lubrificantes em 2024

O ano de 2024 foi um ano bastante proveitoso para o setor industrial brasileiro em geral, principalmente o segmento automobilístico e o do Petróleo. A indústria brasileira, como um todo cresceu 3,3%, contribuindo para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) do país, que fechou o ano em 3,4%. Este foi o terceiro maior crescimento da indústria nos últimos 15 anos. De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – ANFAVEA, houve um aumento de 14,1% nas vendas totais de veículos, com um crescimento de 9,7% na produção, em relação ao ano anterior. Com relação aos derivados de petróleo, foram comercializados no Brasil 133,1 bilhões de litros de combustíveis líquidos automotivos. No caso da gasolina C (com a mistura de etanol anidro), foram 44,19 bilhões de litros, uma redução de 4% com relação a 2023, no entanto, o etanol hidratado combustível teve 21,66 bilhões de litros em venda, um aumento de 33,4%, levando o total para motores do ciclo Otto a uma elevação de 5,7%.

O mercado brasileiro de lubrificantes está diretamente relacionado com esses três parâmetros (PIB, Indústria automotiva e Consumo de combustíveis) e, portanto, foi impactado positivamente em 2024, mostrando um crescimento de 2,3% que o levou a atingir a marca de 1.531.745 metros cúbicos, consolidando um recorde histórico de vendas. Esse número levou o Brasil a ocupar a 5ª posição no mercado mundial de lubrificantes, ficando atrás somente de China, Estados Unidos, Índia e Japão.

Participação de mercado

Em termos de participação de mercado, o Brasil conta atualmente com cerca de 150 produtores de lubrificantes, sendo que 71,3% desse mercado está concentrado em 5 grandes empresas. O ranking das TOP 10 produtoras de lubrificantes no Brasil é mostrado na figura.

Importação de óleos acabados

Considerando as importações de óleos acabados, o Brasil gastou cerca de US$ 158,7 milhões para trazer 42,4 mil metros cúbicos de produtos de outros países, tendo os Estados Unidos como principal fornecedor com cerca de 41,2%, seguidos de Alemanha com 11,6%, França com 11,5%, Índia com 6,2%, Bélgica com 4,7% , Itália com 4,5%, Suíça com 3,7% e os 16,7% restantes vindos em pequenas quantidades de 37 países.

Exportação de óleos acabados

Com as exportações de óleos acabados o país faturou US$212,6 milhões enviando um volume em torno de 88 mil m3, tendo como principais destinos: Paraguai (27,3%), Bolívia (14,4%), Argentina (13,1%), Uruguai (8,6%), Venezuela (5,9%) seguidos de Chile, Peru, Colômbia, Panamá e diversos outros com pequenas quantidades.

Óleos Básicos

O Brasil continua um grande importador de óleos básicos, principalmente dos grupos II e III, uma vez que a exigência de qualidade dos óleos automotivos aponta cada vez mais para produtos de baixa viscosidade, que requerem básicos mais hidrogenados e menos viscosos, e as refinarias brasileiras ainda não têm condições de atender a essa demanda, ficando apenas com uma única rerrefinadora (Lwart) a produção de grupo II no país. Existem grandes perspectivas para a entrada em operação do polo Gaslub (antigo Comperj) da Petrobras, situado na cidade de Itaboraí, no Estado do Rio de Janeiro, mas ainda sem data definida.

As importações de óleos básicos em 2024 atingiram a segunda maior marca da história, com um total de 722 mil toneladas, equivalente a aproximadamente 802 mil m3, ficando atrás somente do ano de 2021, quando a importação bateu a marca dos 868 mil m3. Este ano, o Brasil desembolsou algo em torno de US$772 milhões para trazer óleos básicos do exterior.

Os Estados Unidos foram responsáveis pelo envio de 76,2% dos óleos básicos importados pelo Brasil, seguidos de Coreia do Sul, com 4,9% e Malásia com 4,5%, vindo a seguir Barein (3,9%), Catar (3,3%) e Índia (2,3%) e mais diversos países com menores quantidades.

Pelas refinarias brasileiras foram colocados no mercado cerca de 646.424 m3 de óleos básicos, sendo 72% desse volume produzido pela Refinaria de Duque de Caxias (REDUC), no Rio de Janeiro, e todo ele do grupo I. A Lubnor, com a produção de naftênicos, produziu 8% do total, ficando os restantes 20% com a Refinaria de Mataripe, na Bahia.

A Indústria do Rerrefino, que possui 15 produtores autorizados pela ANP, tem tradicionalmente contribuído de forma bastante importante para a sustentabilidade do setor de lubrificantes e consequentemente a colocação de uma significativa porcentagem de óleos básicos no mercado brasileiro, que tem variado em torno de 22 a 24%.

Estranhamente, a ANP não publicou números consistentes desse setor no ano de 2024, impossibilitando assim uma análise mais precisa dos volumes ofertados por esse segmento.

Dificuldades com números de mercado continuam

Apesar dos esforços da ANP para uma maior consistência dos números compilados do seu Sistema de Informações de Movimentação de Produtos (SIMP), ainda existem muitas dificuldades para uma boa integração com os agentes de mercado e apresentação de seus números de forma regular e consistente. As perspectivas para o ano de 2025 ainda são de muitos ajustes e revisões para que a confiabilidade dos números publicados aumente e que se possa ter um panorama mais realístico do mercado brasileiro de lubrificantes. Enquanto isso, a revista Lubes em Foco segue em sua pesquisa para consolidar informações e buscar uma análise de dados que traga maior proximidade da realidade do mercado.