O XIV Encontro com o Mercado bate todos os recordes

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Revista Lubes em Foco edição 92

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XIV Encontro Internacional com o Mercado de Lubrificantes

O XIV Encontro Internacional com o Mercado de Lubrificantes – América do Sul realizado pela Editora Onze foi um evento realmente significativo para o mercado sulamericano de lubrificantes, pois reuniu, nos dias 2 e 3 de julho de 2024, em torno de 500 pessoas de 13 países, representando 160 empresas que assistiram a 20 palestras com grandes especialistas em diversas áreas diretamente ligadas ao segmento de lubrificantes. Todas as palestras contaram com tradução simultânea Inglês-Português e a novidade principal foi o local de realização do evento que, por necessidade de um espaço maior foi transferido para o Hotel Windsor Barra, na Barra da Tijuca – Rio de Janeiro.

Além dos 20 patrocinadores que compareceram com suas valiosas colaborações para a realização do Encontro, estavam presentes 17 empresas na área de exposição, onde foram servidos os coffee-breaks e o coquetel ao final do primeiro dia, possibilitando uma grande atividade de network para todos os participantes. Já os almoços dos dois dias de evento foram servidos em um salão especial exclusivo para os participantes do XIV Encontro com buffet especial variado, atendendo a todos os gostos. Ainda no campo das novidades, a Editora Onze disponibilizou aos interessados a possibilidade de marcação de reuniões através do site do evento na internet, em que os interessados puderam fazer contatos e reservar sala de reuniões. Diversas empresas estrangeiras elogiaram muito essa iniciativa, pois aumentou imensamente as perspectivas de desenvolvimento de negócios.

A tradicional palestra de abertura realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro – FIRJAN, trouxe mais uma vez a visão especializada do seu Economista Chefe, Jonathan Goulart, com cenários econômicos e perspectivas tanto para o Brasil como para a Economia global. Jonathas lembrou pontos importantes para atenção e acompanhamento, tais como: a variação da taxa de juros nos Estados Unidos; o crescimento da Economia chinesa; a relação do mercado de trabalho e consumo das famílias com a pressão inflacionária; a variação e tendência da taxa de juros no Brasil; a necessidade de medidas para contenção de gastos do governo brasileiro; a sustentabilidade da dívida pública e a relação entre Governo e Banco Central Brasileiro. De acordo com o economista, os tempos não são confortáveis e muita atenção com as direções desses parâmetros é imprescindível para a melhor gestão empresarial.

O mercado brasileiro de lubrificantes

Um panorama otimista do mercado brasileiro de lubrificantes foi trazido pelo diretor da Editora Onze e editor da revista Lubes em Foco, Pedro Nelson Belmiro, que mostrou um mercado brasileiro em crescimento, chegando muito próximo a 1,5 milhão de metros cúbicos, no ano de 2023, um aumento de 6,9% em relação a 2022, em consonância com o também crescimento significativo dos combustíveis líquidos e da Indústria Automobilística do país. Belmiro mostrou um desempeno positivo do mercado nos primeiros 5 meses de 2024, mas apontou uma perspectiva de crescimento não muito elevado para o segundo semestre, mas com boa expectativa de um fechamento anual em alta.

O editor enfatizou ainda o grande volume de importações de óleos básicos que fez o Brasil desembolsar cerca de US$851 milhões em 2023, e representou 47% das necessidades brasileiras, seguindo em ritmo acelerado em 2024, com os Estados Unidos liderando as remessas de óleo ao país, com mais de 76% do volume importado.

O Superintendente de Distribuição e Logística da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, Diogo Valério, fez uma apresentação lembrando as alterações na nova tabela a ser utilizada pelo Sistema de Informações de Movimentação de Produtos – SIMP, que entrará em vigor em outubro deste ano. “A partir do envio do SIMP-ANP de outubro de 2024, a ser realizado em novembro de 2024, os agentes regulados, principalmente produtores, agentes de comércio exterior, rerrefinadores e coletores, já informarão suas operações com os novos códigos”, lembrou Diogo. Ele mencionou ainda que a ANP vem intensificando a fiscalização no setor de lubrificantes, principalmente no que diz respeito à terceirização da produção, ocasionando a emissão de 65 autos de infração até o mês de abril de 2024. Somente até 10 de junho deste ano, foram apreendidos mais de 122 mil litros de lubrificantes, sendo 98 mil de óleo acabado e 24 mil de óleo usado ou contaminado (OLUC) em 75 estabelecimentos, com interdição em 5 deles.
Seguindo na linha do combate à ilegalidade na indústria de lubrificantes no Brasil, Carlo Faccio, diretor Executivo do Instituto Combustível Legal apresentou dados alarmantes com relação às fraudes tributárias e operacionais, como também questões preocupantes com o aumento do roubo de cargas. Entretanto, mostrou também o intenso trabalho da iniciativa privada que está sendo montado em conjunto com agentes públicos e de fiscalização, com a construção de uma rotina de atualização e acompanhamento de dados de lubrificantes e uma agenda conjunta de abordagem e mobilização, para o combate da ilegalidade e moralização do mercado.

A palavra do grande produtor deste ano ficou por conta de Rogério Ludorf, CEO da Petronas Lubrificantes, que trouxe aos presentes uma visão ampla sobre as tendências da indústria automotiva, com a evolução dos carros elétricos e híbridos, abordando seus impactos na indústria de lubrificantes. Rogério ratificou o apoio das grandes empresas de lubrificantes às iniciativas de combate à ilegalidade e à melhoria da qualidade dos produtos no mercado.

A Transição Energética no centro das atenções

Acompanhando o tema principal do evento, a transição energética na realidade brasileira e seu impacto na indústria de lubrificantes, foi montado um painel com palestras sobre os três principais aspectos dessa mudança de paradigma que já está em processo por todo o mundo. Dessa forma, foram trazidas as visões da Indústria do Petróleo, da Indústria Automotiva e da Pesquisa Científica. A gerente de Distribuição do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis – IBP, Ana Mandelli, alertou para o fato de a eletrificação não ser uma realidade ainda para todos os países e que um olhar para a infraestrutura é fundamental nesse processo. Reforçou a ideia de que os híbridos ganham destaque principalmente no Brasil, e que uma transição energética justa deve levar em consideração o acesso à energia e mobilidade, bem como as condições sociais e ambientais de cada país.

Já o Diretor Técnico da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores – ANFAVEA, Henry Joseph, apresentou o grande esforço que a indústria automobilística tem feito para a redução de suas emissões veiculares, mostrando que atualmente, apenas 13% das emissões de gases do efeito estufa no Brasil vem do setor de transportes, sendo que somente 11,8% são produzidas pelo setor rodoviário. Henry lembrou ainda que as rotas tecnológicas para novos veículos, visando a redução de emissões, sofrem a influência de diversas forças, tais como: Regulação e incentivos governamentais, o foco dos investidores e clientes em ESG, viabilidade tecnológica e desenvolvimento da indústria, disponibilidade de infraestrutura de produção e distribuição e o custo total de propriedade do veículo.

A pesquisa científica brasileira na área de transição energética tem um importante suporte da Universidade Federal do Rio de Janeiro, por meio do Laboratório CENERGIA vinculado ao Centro de Pesquisas da COPPE, com estudos apoiados pela União Europeia e os principais centros de pesquisa no mundo na área de modelagem energética, e seu coordenador, o Professor Doutor Alexandre Szklo trouxe ao XIV Encontro as últimas novidades sobre modelos e cenários realizados na pesquisa sobre Transição Energética no Brasil. O professor falou sobre os diversos cenários, enfatizando ainda a importância de se deter o desmatamento e que do ponto de vista de refino, a utilização de HVO (Óleo Vegetal Hidrotratado) na produção do óleo diesel pode significar um ganho de qualidade com redução dos custos e rendimento dos processos.

Transição para veículos elétricos desacelera

De acordo com a palestra do engenheiro Chris Castanien, que atua na ligação global da Chevron Base Oil com a indústria automotiva, a demanda por veículos elétricos não está apresentando os resultados esperados inicialmente pela indústria, causando mudanças nas escolhas dos fabricantes (OEMs). Ele mostrou dados da Agência Internacional de Energia que mostram a necessidade de um crescimento em torno de 27% ao ano até 2035, para que a meta estipulada de emissões zero até 2050 seja atingida, e o que se viu em 2023 foi que logo após a retirada de subsídios na Europa, a venda de elétrico despencou chegando até a ficar abaixo do ano anterior em alguns meses.

De acordo com Chris, comprar e possuir um veículo elétrico é mais caro em muitos países do que ter um veículo a combustão interna e os usuários ainda se sentem inseguros com as questões de recarga. Esses fatos fizeram com que os fabricantes retrocedessem em seus planos de produção de veículos elétricos, voltando-se com bastante energia para os híbridos. Por outro lado, o desenvolvimento de novas especificações para óleos continua sendo apresentado ao mercado, por entidades como a ILSAC (Ford, Stellantis, Chrysler, GM e JAMA), ACEA e o International Fluids Committee (IFC). “Novas tecnologias surgirão, problemas serão solucionados e ainda teremos muitos milhões de motores a combustão no futuro. Com isso, novos produtos serão lançados, fazendo com que os óleos lubrificantes ainda continuem exercendo um papel crítico e importante por décadas”, conclui Castanien.

Sendo os Estados Unidos o maior exportador de básicos para o Brasil, entender a dinâmica do mercado americano de óleos básicos e seu impacto nas exportações para o Brasil torna-se de grande importância para o mercado brasileiro e foi tema da palestra de Amanda Hay, Editora-Gerente Adjunta para as Américas da I.C.I.S. Ela mostrou que a tendências dos preços tem sido de baixa, devido à grande redução de demanda interna nos Estados Unidos, que chegou a níveis mínimos históricos em 2023 e continuou caindo no primeiro trimestre de 2024, quando as margens da exportação ficaram abaixo das margens do hidrocraqueador. Não se espera um aumento significativo de demanda no mercado americano o que poderá manter a grande disponibilidade das exportações.

Um momento especial de homenagem no Encontro com o Mercado

Ao final das apresentações do primeiro dia de evento, houve um momento especial para uma homenagem feita à Sra. Maria da Conceição França, que está em processo de aposentadoria na Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP, e que desempenhou um papel muito importante no desenvolvimento do mercado brasileiro de lubrificantes em um período de transição e implantação de novo arcabouço regulatório para o setor.

Homenagem à Conceição França

Uma placa de aço foi oferecida pela revista Lubes em Foco, representando as principais entidades do segmento, como IBP, Simepetro, Sindirrefino, Sindilub e Ambioluc, em agradecimento aos bons serviços prestados pela servidora da ANP. Os representantes dessas entidades subiram ao palco para a homenagem.

Um coquetel de boas-vindas foi oferecido pela Editora Onze a todos os presentes na área de exposição, que proporcionou uma maior integração entre todos que puderam ainda ampliar sua rede de contatos e negócios.

Um dia com alta tecnologia.

O segundo dia do XIV Encontro Internacional com o Mercado – América do Sul, foi marcado pela disseminação do conhecimento técnico e de novas tecnologias utilizadas em lubrificantes especiais. Nove especialistas de várias áreas de grandes empresas nacionais e internacionais trouxeram importantes informações sobre o desenvolvimento tecnológico que vem acontecendo no universo dos lubrificantes. Os principais temas abordados foram:

  • Mudança Sustentável: o papel dos PAGs na Descarbonização da cadeia de Lubrificantes, com apresentação de Eduardo Lima, Consultor Associado em P&D da DOW QUÍMICA BRASIL;
  • Nova geração de PAOs contribuindo para a eficiência energética, com apresentação de Bruno Marcolino, Engenheiro de Especialidades Químicas da PROMAX LUBRIFICANTES;
  • Aditivos poliméricos para a redução de fósforo nas formulações de Fluidos p/ Metalworking, com apresentação de Lucas Teruel Luz, Pesquisador especialista em suporte técnico da SYENSQO;
  • Uma Perspectiva de Mercado para Óleos Básicos Pesados, com apresentação de Colby Coggans, Engenheiro Técnico de Mercado para óleos básicos da ERGON;
  • O mercado chinês de lubrificantes para motocicletas e desenvolvimento de óleo de motor, com apresentação de Tim Tao Yida, Gerente de Serviços Técnicos da RICHFUL XINXIANG;
  • Desbloqueando Lucratividade e Sustentabilidade com Fluidos Termoestáveis de Alto Desempenho, com apresentação de Edson Fonseca, Gerente de Produtos Driveline para América Latina da LUBRIZOL;
    ILSAC GF-7: Desafios de uma nova especificação, com apresentação de Jorge Manes, Assessor de Ligação com a Indústria da INFINEUM;
  • Tecnologia de lubrificantes para uso com Biogás como solução sustentável, com apresentação de Luiz Fernando Paquieli, Engº especialista para a linha industrial de aditivos da CHEVRON ORONITE;
  • Veículos elétricos híbridos: Desafios para a lubrificação do motor, com apresentação de Gregório Garrido, Gerente de Marketing América Latina da AFTON CHEMICAL.

Sorteio de brindes

Para encerramento do XIV Encontro Internacional com o Mercado – América do Sul, o diretor da Editora Onze, Gustavo Zamboni, realizou, junto com sua assistente Shirley Barbosa, o tradicional sorteio de brindes, em que os ganhadores levaram para casa um I-Pad nova geração, uma Assitente Virtual Echo Dot e uma caixa de som JBL Charge Essential 2 com bluetooth. Os vencedores do sorteio foram: Heverton Pierre da Iconic, Antonio Marcos Rego da Petronas e Flavia Silva da Univar Solutions.

Próximo evento de lubrificantes em 2025 já tem data definida:

As datas para o 15º Encontro Internacional com o Mercado – América do Sul já estão reservadas para os dias 1 e 2 de julho de 2025, no mesmo hotel Windsor Barra, no Rio de Janeiro e algumas reservas para a área de exposição já foram feitas.

A equipe da Editora Onze promete um esforço cada vez maior para continuar levando ao seu público e todos os interessados no universo dos lubrificantes e trazer para o próximo ano um evento de lubrificantes maior ainda em seu conteúdo e ambiente de networking.