Rota 2030: nova fase vai impor melhoria de até 12% na eficiência energética

Expectativa era de que o decreto do programa fosse publicado em junho deste ano, mas há indícios de que poderá atrasar

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Rota 2030 – A segunda fase do Rota 2030, que vai vigorar até 2027, vai subir mais o sarrafo na eficiência energética dos carros vendidos no Brasil. A expectativa é de que o programa imponha melhoria de 8% a 12% no consumo de combustível e nas emissões de poluentes dos modelos emplacados por cada montadora.

A informação é de fonte ligada ao debate do arcabouço técnico do programa. Com isso, a nova etapa tende a ser mais desafiadora para as fabricantes de veículos, que já vêm investindo na eficiência energética dos modelos vendidos no Brasil nos últimos anos e precisarão buscar um novo salto apesar das evoluções recentes

A expectativa do mercado até então era de que o decreto do novo ciclo do programa saísse em junho deste ano. Dessa forma, as regulamentações viriam a partir do segundo semestre. Mais de uma fonte, no entanto, admite que esse prazo tende a se estender, apesar do desejo da indústria e do governo federal de que a publicação acontecesse o mais rápido possível.

Novo cálculo para medir pegada de carbono do poço à roda

Conforme a AEA – Associação de Engenharia Automotiva já sinalizou, o segundo ciclo do Rota 2030 deve trazer mudança importante na forma como o consumo de combustível e as emissões de CO2 dos veículos são calculadas. Enquanto, na primeira fase, a medição era feita do tanque à roda, a partir desse ano o objetivo é computar a pegada de dióxido de carbono do poço à roda.

Com isso, no lugar de considerar só a rodagem do veículo, entrará na conta também a emissão de CO2 na produção e distribuição do combustível ou energia elétrica, no caso dos modelos eletrificados. Caso a mudança se concretize, o Brasil será o primeiro país do mundo a colocar em prática uma visão mais abrangente da eficiência energética dos carros. A nova metodologia dá clara vantagem para os veículos flex e para o etanol, que tem um ciclo neutro em carbono.

Na terceira fase do programa, a partir de 2028, o plano é estabelecer mais um aprimoramento no cálculo de eficiência energética. A meta é calcular a pegada de carbono com base na metodologia do berço ao túmulo. Nesse caso, além de todo o ciclo do combustível, da produção à queima, entram na conta as emissões de carbono para fabricar o carro e encerrar o seu ciclo de vida com a reciclagem.

Eficiência energética 30% melhor em 10 anos

O Rota 2030, traz o conjunto de regras para a atuação da indústria automotiva no mercado local. O programa começou em 2018 e concluiu sua primeira fase no fim de 2022. Nesse ciclo inicial, a meta era de que todas as montadoras alcançassem melhoria de pelo menos 11% na eficiência energética dos carros vendidos no Brasil. Algo que foi alcançado – e superado pelas empresas.

Dados da Bright Consulting indicam que a primeira etapa do programa terminou com evolução de 12,6% nesse aspecto. Com isso, em 10 anos, somando os resultados do Inovar-Auto, precedente do Rota 2030, a consultoria aponta que a eficiência energética dos carros vendidos no Brasil melhorou expressivos 30%.