Noruega inaugura primeiro navio de carga elétrico e autônomo

Embarcação irá realizar transporte de carga a partir de 2022 em viagens comerciais

361

navio de carga elétrico

Noruega inaugura primeiro navio de carga elétrico

Na última sexta-feira, 19/11, a Noruega realizou a primeira viagem do Yara Birkeland, primeiro navio de carga elétrico e autônomo do mundo. O primeiro-ministro do país, Jonas Gahr Støre, estava presente para testemunhar a inauguração.

Agora, o Yara Birkeland passará dois anos fazendo viagens de teste que já serão também operações comerciais. Elas serão tripuladas, mas a ideia é diminuir gradativamente o número de pessoas a bordo até que a autonomia do navio esteja assegurada. Capaz de carregar 120 contêineres, o navio fará uma rota de uma fábrica de fertilizantes na cidade de Porsgrunn até o porto de Brevik, a cerca de dez quilômetros de distância.

Não será um desafio simples, pois o navio terá que enfrentar as correntes marítimas e um fiorde (passagem marítima entre montanhas) estreito, passar sob duas pontes, disputar espaço com outras embarcações de diversos portes e depois atracar em Brevik, um dos portos mais movimentados da Noruega.

O vídeo abaixo é de uma viagem de tste feita no dia 18:

O navio de carga elétrico tem 80 metros de comprimento e pesa 3.200 toneladas. Com sua operação transportando fertilizantes, ele substituirá cerca de 40 mil viagens de caminhão anualmente, evitando a emissão de 1.000 toneladas de CO2. A propulsão do Yara Birkeland ficará a cargo de oito compartimentos de baterias que dão ao barco a capacidade de 6,8 MWh, o equivalente a 100 carros Tesla.

Em projeto desde 2017, o navio é resultado da soma de esforços entre a Yara, fabricante de fertilizantes, a Vard, que construiu o navio, e a Massterlys, que irá operá-lo.

As emissões do setor marítimo, que correspondem a 3% do total de gases do efeito estufa lançados no ar, são fonte de preocupação para ambientalistas e foram tema de debate na COP-26. Segundo os últimos dados disponíveis da Organização Marítima Internacional (OMI), as emissões do setor passaram de 962 milhões de toneladas de gases em 2012 para mais de 1 bilhão de toneladas em 2018.