Importação recorde de óleos Básicos
Importação recorde de óleos Básicos – O Brasil importou em 2020 um volume recorde de óleos básicos, com um total de 653.662 metros cúbicos, equivalente a um aumento de 11% sobre 2019. O mês de novembro representou o maior volume importado até hoje, com 125% acima da média anual. Queda na produção local e insegurança de abastecimento foram as causas principais desse volume expressivo.
A recuperação do mercado brasileiro de lubrificantes, a partir de junho, juntamente com a diminuição de produção das refinarias da Petrobras e, a comunicação da empresa de que tem intenção de paralisar um dos dois trens de produção da refinaria do Rio de Janeiro – Reduc, trouxeram instabilidade no abastecimento de óleos básicos ao mercado, fazendo com que os produtores fossem buscar no mercado externo seus suprimentos.
O mês de novembro acumulou as chegadas das importações, por isso mesmo, mostrou números totalmente fora dos padrões e da média nacional de todos os anos. Já em dezembro, o volume importado se reduziu para mais de 66 mil m3, o que ainda fica bem acima da média.
O Brasil gastou pouco mais de US$ 371 milhões com as importações de básicos, em 2020, sendo os Estados Unidos o principal fornecedor ao Brasil, com cerca de 75,9% do total importado, seguidos de Malásia com 5,2%, Coreia do Sul, com 5,1%, Barein com 3,0% e Suécia com 2,3%. Catar, Emirados Árabes e Índia seguem respectivamente a lista de exportadores.
Alguns negócios são realizados utilizando-se países intermediários, provavelmente por questões fiscais, e por isso, aparecem na lista de exportadores para o Brasil, países não tradicionais em produção de básicos, como a Grécia, Chipre, Bahamas e outros.
As questões levantadas pelos analistas do mercado brasileiro de lubrificantes quanto ao suprimento de óleos básicos ao país continuam bastante agitadas. Com os Estados Unidos representando mais de três quartos do total de básicos que chega ao Brasil, o país fica muito ligado aos problemas de suprimento daquele país. Um exemplo disso, foi a chegada do furacão Laura, de categoria 4, que chegou à Louisiania no final de agosto de 2020, e praticamente paralisou 42% da produção local de básicos.
Não é difícil imaginar que em um caso de qualquer processo disruptivo na produção dos Estados Unidos, os produtores terão que dar preferências aos seus maiores clientes locais para depois atender às exportações.
O Brasil segue com a trilha de importador de óleos básicos, e ainda não tem projetos claros e específicos para um aumento de produção local, ao contrário, tem uma projeção de redução pelas refinarias atuais e a indústria do rerrefino se esforçando para aumentar seus tradicionais 18% de participação. Existe alguma expectativa pela produção de básicos de grupo II em um futuro projeto no polo Gas-lube, em Itaboraí, no Rio de Janeiro, mas até agora sem nenhuma confirmação oficial.