Mercado Brasileiro de Lubrificantes – O ano de 2019 marcou o início de uma tímida recuperação da economia brasileira, com o PIB crescendo 1,1% e atingindo, segundo o IBGE, a cifra de R$7,3 trilhões. O governo afirma que a economia sofreu com diversos choques, especialmente no primeiro trimestre, citando o desastre de Brumadinho, um grande peso negativo na indústria extrativa; a guerra comercial entre Estados Unidos e China; a crise na Argentina, que reduziu drasticamente as exportações de veículos do Brasil; e questões climáticas, mas ressalta que a recuperação no segundo semestre foi consistente.
Apesar de a produção da indústria como um todo ter recuado 1,1% em relação ao ano de 2018, quando analisamos exclusivamente o setor automobilístico, que impacta diretamente o mercado de lubrificantes, vemos uma situação totalmente diferente. De acordo com a ANFAVEA, em 2019 foram vendidos 2,78 milhões de veículos no país, o que representou um crescimento de 8,6% na comparação com o ano anterior. Foi o melhor ano desde 2014.
Um crescimento de 5%
O desempenho automotivo impulsionou o mercado brasileiro de lubrificantes para um crescimento de 5% em relação a 2018, atingindo o volume total de 1.363.900 m3. Foi expressivo também o crescimento do volume comercializado no segundo semestre, principalmente nos meses de setembro e outubro, compensando a já tradicional redução de volume no final do ano.
Ao observarmos o gráfico de evolução do mercado de lubrificantes, podemos perceber nitidamente a inflexão da curva que se dá a partir de 2018, após quatro anos de quedas ininterruptas e que já tinha se suavizado em 2017. O aumento de 5% em 2019 acena para uma volta ao crescimento, acompanhando as estimativas para a economia como um todo, a menos que um inesperado acontecimento disruptivo, o chamado “cisne negro”, venha causar alguma revolução nas expectativas do mercado.
No ano de 2019, as grandes empresas produtoras de lubrificantes pertencentes ao Sindicom tiveram um desempenho mais fraco, perdendo com isso uma participação de mercado em torno dos 3,5 pontos percentuais, respondendo por 75,1% do mercado total. Os 24,9% restantes apresentaram algumas empresas com desempenhos surpreendentemente altos, havendo casos, como o de Marcio Benedito Vecchi, em que o crescimento, em relação a 2018, chegou à impressionante marca dos 137%. Outras também apresentaram desempenhos extraordinários para os níveis do mercado, como a Teclub com 63% e a Ultrax com 32,5% de aumento nas vendas.
A disputa pela liderança do mercado brasileiro de lubrificantes terminou o ano de 2019 com o que podemos chamar de empate técnico, com ligeira vantagem para a ICONIC, que fechou o ano com 19,4% contra 19,2% da BR Distribuidora. Cosan com 14,5%, Shell com 9,0% e Petronas com 8,4% fecham o ranking das TOP 5 que representam 70,5%.
O mercado externo ajudou
As exportações brasileiras de cerca de 83.133 m3 de óleo acabado, produzindo uma receita de US$ 143,6 milhões, tiveram a América do Sul como o destino principal, com um volume em torno de 86,3% do total enviado ao exterior. Paraguai e Argentina juntos representaram 48,8% desse volume, e a eles seguiram Bolívia, Colômbia e Uruguai com quase 30% e Venezuela, Chile e Peru somando pouco mais de 7,3%. Os países da América Central e Caribe foram responsáveis por comprar 4,3%, e os Estados Unidos levaram 2%, sendo o restante distribuído entre 70 outros países.
Leia o restante do artigo na revista LUBES EM FOCO – edição 76, apresentada abaixo: