GM reduzirá fábrica de motores e transferir trabalhadores em São José

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GM reduzirá fábrica de motores

Montadora ainda deve abrir Plano de Demissão Voluntária para reduzir o efetivo; motivo seria a ampliação da fábrica de motores em Joinville (SC)

A General Motors vai reduzir a fábrica de motores (Powertrain) no complexo industrial de São José dos Campos, segundo informações do Sindicato dos Metalúrgicos.

Dos 400 trabalhadores da unidade, 235 serão realocados em outros setores do complexo, sendo 165 para a linha de produção da picape S10, 36 para o setor de diesel, 31 para a fábrica de transmissões e três para estamparia e a fábrica de plástico. Os demais 165 empregados permanecerão no Powertrain.

O motivo seria a ampliação da fábrica de motores da GM em Joinville (SC), com investimento de R$ 1,9 bilhão. A unidade começou a operar no segundo semestre deste ano com a capacidade mais do que triplicada.

Depois de quatro reuniões com a GM, o sindicato disse que a montadora garantiu que não fechará a fábrica de motores de São José e que não fará demissões em massa. Porém, a empresa não quis assinar um acordo garantindo os empregos.

“Queremos preservar os empregos, mas a GM disse que não pode colocar essa garantia no papel”, disse Renato Almeida, vice-presidente do sindicato.

A entidade fez uma assembleia com trabalhadores do primeiro turno, na manhã desta quarta-feira, e fará outra agora à tarde, com o pessoal do segundo turno.

Além das transferências, a GM vai abrir um PDV (Plano de Demissão Voluntária) para todo o complexo industrial de São José, abrangendo trabalhadores horistas e mensalistas. Não se sabe a meta da empresa para a redução do quadro de funcionários.

O PDV deve durar uma semana e os benefícios podem ser semelhantes aos oferecidos aos trabalhadores da fábrica de São Caetano do Sul, cujo PDV foi aberto em agosto.

Investimento

Em março deste ano, no gabinete do governador João Doria (PSDB), a GM anunciou investimento de R$ 10 bilhões nas fábricas de São José e São Caetano do Sul, com previsão de gerar 1.200 empregos, sendo 400 deles diretos.

O investimento será aplicado na modernização das plantas para o lançamento de novos produtos, até 2024, e evita o fechamento das unidades, que causaria a demissão de 15 mil trabalhadores.

Segundo Almeida, o investimento também foi cobrado nas reuniões entre sindicato e montadora. “Discutimos com eles e disseram que está mantido, devem anunciar mais para frente”, disse o sindicalista. “Mas estamos em estado permanente de mobilização”.

Procurada, a GM confirmou as transferências e o PDV. “Há um remanejamento de mão de obra em curso dentro do complexo para adequar às necessidades entre as diversas unidades de produção”, informou a montadora, em nota.