Mercedes-Benz vai nacionalizar câmbio automatizado do novo Actros

Segunda geração do caminhão produzido no Brasil nasce com nível maior de nacionalização

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Novo Actros no campo de provas da Mercedes em Iracemápolis: desenvolvimento no Brasil aumentou nível de nacionalização

Câmbio automatizado do Actros

Mesmo com seu volume superior de tecnologia embarcada, a nova geração do Actros a ser produzida no Brasil a partir do início de 2020 nascerá com 95 fornecedores locais e nível de nacionalização em torno de 60%, porcentual bem maior do que o do antecessor quando começou a ser montado em Juiz de Fora (MG) em 2012, que só três anos depois chegou ao índice atual. Esse processo é mais rápido no novo caminhão extrapesado e o número de itens nacionalizados continua a subir. Entre os mais importantes, na semana passada, durante a apresentação do veículo, a Mercedes-Benz confirmou que vai produzir aqui o câmbio automatizado do Actros.

Segundo a Mercedes, a Eaton será o principal fornecedor local de componentes para a caixa, que deverá ser montada na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) a partir também do início de 2020. A transmissão automatizada G291 de 12 velocidades, usada pelo Actros, atualmente é importada de Detroit, nos Estados Unidos. Além do uso nos caminhões pesados da marca fabricados no País, a Mercedes pretende exportar para outras unidades do grupo o câmbio produzido no Brasil.

A fabricante informou também que único novo fornecedor local do Actros brasileiro é a Batz, que fornece ao caminhão para-choque, grade frontal, entrada lateral, defletores de ar e módulo lateral.

O novo Actros brasileiro deve começar a ser entregue aos clientes só a partir de abril de 2020, mas há cerca de dois anos passa por intenso desenvolvimento no Brasil, tem muitas diferenças em relação ao modelo que começou a ser vendido na Europa em julho passado. Suspensão, freios, motorização e cabine foram desenvolvidos com especificações próprias para as condições brasileiras, por isso o número de fornecedores locais é maior desde o início da produção no País.

Para Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas e marketing da Mercedes-Benz, o desenvolvimento do novo Actros no Brasil e o maior número de fornecedores locais são fatores que devem contribuir de maneira decisiva para o sucesso do caminhão no mercado brasileiro. “Não vamos mais fazer a besteira que fizemos no passado, quando começamos a importar o Actros (em 2011) e depois demoramos muito para nacionalizar o veículo [quando começou a ser fabricado em 2012]. É essencial desenvolver o caminhão aqui, para as condições brasileiras”, avalia o executivo.

A geração anterior do Actros começou em 2012 a ser montada com partes importadas (CKD) em Juiz de Fora, logo após a planta ter sido convertida para a produção de caminhões (de 1999 a 2010 a unidade produzia carros). No início, cabine e motores eram importados da Alemanha. O caminhão foi ganhando partes nacionais em etapas, até atingir 60% de nacionalização em 2015, para poder ser financiado com taxas subsidiadas pela linha Finame, do BNDES. Segundo a Mercedes, este Actros deverá seguir em produção na fábrica do sul de Minas Gerais pelo menos até o fim de 2020, convivendo em paralelo com o novo.

Como já estava planejado, a montagem final da nova geração do Actros será feita em São Bernardo do Campo (SP), na linha de manufatura 4.0 inaugurada no ano passado . Quando deixar de montar o atual Actros, a fábrica de Juiz de Fora ficará exclusivamente com as operações de soldagem e pintura das cabines, que de lá são enviadas ao ABC paulista.